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Felizmente no meu tempo não havia muito do que há agora, especialmente direcionado para as crianças! A maior parte das vezes digo esta frase com aquele ar enojadinho de quem está a ver a geração futura a perder-se atrás de lentes de garrafa para ver o smartphone, ou o i-pad, ou o raio que o parta. Mas há vezes em que tenho mesmo uma pontinha de inveja, e um dos motivos é o lidl! Eu sei, parece parvo mas vou explicar: no meu tempo não havia lidl para fazer campanhas de oferta de peluches com cadernetas de autocolantes, e nem havia mini supermercados lidl de cartão!!! Assumo já que tenho um cogumelo e um pepino amarelo em casa (um comprado, outro oferecido), adquiridos com as cadernetas e de autocolantes que dei por mim a colecionar que nem louca! Ontem o homem chega-me a casa com um pacote plástico e eu soube logo que tinha feito compras suficientes para eu me abotoar com uma oferta da campanha do mini-mercado!!!! Já sou dona de um mini pacote de leite... e confesso que tenho vontade de ter tudo, mesmo tudo! O lidl ao pé de casa até tem uma vitrine com o resultado final e estou bastante aliciada!!!
A sério, vão ao lidl!
Lençóis de banho e panos da loiça... passam-se a ferro ou não?
Na casa da minha mãe e da minha avózinha passa-se tudo a ferro (mais um bocadinho e juro que a minha avó também passa a cuecas e as meias, mas adiante...). Fui habituada a isso mas agora a preguiça anda a testar-me... especialmente porque não tenho aquela peça de mobiliário extraordinária chamada: tábua de engomar (ehhh andei a evitar que me oferecessem na esperança de não ter de passar a ferro...). Assim, para passar uma coisita de nada tenho de ir forrar a mesa da sala com toalhas e coisas para fazer as vezes da dita. Como trato da minha roupa em casa da minha mãe e dividimos a despesa de passar a ferro sobra-me a roupa de casa... e quando chego tarde muitas vezes a opção está entre fazer o jantar ou passar a ferro... ou passar a ferro e comer uma treta qualquer. Mas passar a ferro é aquela tarefa doméstica mais merdosa e prefiro mil vezes cozinhar! A pilha está em cima do sofá, dobradinha pelo homem à espera se eu lhe dou uma prensa com o ferro ou não.... vamos ver quem ganha!
e há os que estão cá para limpar a merda que os que nascem virados para a lua fazem!
É mesmo assim, há pessoas, que vão fazendo o que querem e lhes vai correndo tudo bem, e depois há os outros, grupo onde me incluo, que vão arrastados limpar a porcaria... peixe miúdo, quem se lixa é o mexilhão.
Tenho a sensação de ter um elefante em cima com tanto stress e tanta preocupação... que nervos. E pior, aquela sensação de que fomos entalados a fazer algo que não queríamos! Damn it!
Por falar noutra coisa, e em nascer em particular.... os bebés de 2016 vão nascer TODOS este mês?!?! Really? Caramba, só daqui são dois... e o orçamento que já estava curto está quase inexistente... money, money? Come to mummy!!! (Mas gosto taaaanto de escolher coisinhas para comprar às pimpolhas, sim, só miúdas deste lado!)
Não sei bem de onde surgiu esta expressão, mas dou por mim a usá-la muitas vezes.
Quando discutimos sobre por uma toalha em vez de dois individuais na mesa, o problema para mim é mais abaixo. Acho que não estou a discutir bem sobre isso, mas sobre todas as outras coisas que tenho cá dentro na gaveta da tralha por arrumar (sabem quando temos uma caixa de coisas para distribuir por outros sítios? tipo a caixa dos papéis para arquivar no separador do banco, da casa, do seguro, etc..? é isso).
Começa com um "podias ter posto antes uma toalha....assim temos de por as coisas na mesa e deixa marcas e manchas"... daí vem uma real avalanche de coisas... e até já sei que a mesa é velhinha, e está cheia de marcas e manchas...mas não fui eu quem as pôs lá e não quero que piore! Gosto dela, assim com vida, com história (como esteve numa casa de férias acabou por ter vida a mais...), e até já pensei em dar-lhe um look novo com uma lata de tinta, mas ainda não tive coragem. A conversa nem sequer é nova... também não é grave, mas foi o suficiente para deixar uma azia depois do almoço e um travo azedo no ar. E quando isto acontece, por mais palerma que seja, vêm à mente uma série de "coisas"... são dúvidas, certezas, gostos, ódios, raivas, coisas e coisinhas que vão estando cá à espera destes momentos de fraqueza para nos dizer que algo está errado. Que o resto do tempo não estamos assim tão felizes, estamos só a fingir que não vemos, que o problema, é mais abaixo.
Ponha a mão no ar a menina que corta o cabelo e não se arrepende, nem que seja só um bocadinho, no preciso momento em que a tesoura corta a primeira melena!
Vá, acho que somos todas assim... Há qualquer coisa num cabelo comprido que nos dá mais segurança, que nos deixa mais confortáveis; ficamos com uma sensação de armadura, que aqueles centímetros extra nos deixam imbatíveis. Sou só eu?
Vamos ao cabeleireiro e pedimos o famoso corte "de pontas", aquele corte de 4 mm e meio que vai só tirar a parte estragada, e fingimos não ouvir quando nos dizem..."olhe que há uns 3 cm de cabelo estragado"..."ah sim? ah..então corte 1cm antes dos 4,5mm que lhe tinha pedido"... emendamos, achando que uma ampola da pantene depois vai reparar o ninho de ratos que levamos nos 2cm restantes. Acho que esta cena todas já vimos ou vivemos.. E há que admirar a paciência de cabeleireira para uma seca destas! Mas a verdade, e quem tem cabelos encaracolados sabe disso...um mm faz a diferença entre o cabelo cair mais solto ou encolher tipo mola deixando-nos com aqueles cachinhos de boneca pelo queixo!
Até quando nos convencemos a fazer um corte novo nos custa a primeira tesourada...e a segunda, e a terceira, e sabemos que dalí já não há retorno, a não ser esperar uns meses para o cabelo voltar a crescer. E volta, sabemos que volta, mas não muitas vezes saímos do cabeleireiro com a sensação de que nos roubaram um bocado, e os primeiros dias são uma meia aflição para aprender a viver com o novo corte.
Sim, ando para cortar o cabelo, e sei que são precisos uns bons 5cm (tragédia!) para recuperar a peruca! Mas gosto muito do meu cachecol e o inverno vem a caminho e eu quero o pescoço quente!!
Carro: fica-te por aí mais uns tempos que o teu substituto tem 6 mudanças!!!! yeyy
Desculpa carro, "brincadeirinha"...volta depressa!
De "há dias assim" evoluímos para "há semanas assim".
A semana passada começou mal, mas conseguiu acabar pior! Entre pilhas de trabalho que não pararam de aparecer, a emergências familiares, tudo o que precisamos menos nestes momentos é problemas com o carro, certo?
Bem, terça feira comecei bem a coisa fazendo disparar um radar de velocidade... ia tão embalada na música (a m80 estava a dar uma sequência 5 estrelas), os semáforos estavam todos verdes... e eis que vou a passar o radar, um segundo de consciência desceu a mim e ainda abrandei...não o suficiente para evitar a flashada que se seguiu. Por essa resta esperar que não tenha chegado aos 80km.... afinal de contas vejo tanta asneira por essas estradas fora que me custa bastante ser apanhada numa treta destas.... Logo eu que uso piscas nas rotundas, coisa que 95% da população nem sabe que os carros têm!!! (fico irritada com estas coisas!)
Para fechar... aproveitei o sábado para ir passar a manhã até à serra de sintra! Estava um dia bestial, solinho debaixo das sombras.. Rumámos cedo, primeiro a centro a comprar bilhetes ao posto de turismo, depois ao castelo dos mouros! Contra tudo e contra todos até arranjámos lugar para o carro com alguma facilidade... seguimos para o castelo onde havia uma reconstituição de souk árabe na praça das armas.. Primeira desilusão....era quase hora de almoço... animação era quase nenhuma, de souk tinha pouco, ficou mais pela intenção, com alguns recantos bem conseguidos há que dizer, mas ainda assim... ou foi da hora, ou foi poucochinho! Isto para dizer que a maior sorte do dia foi o carro não ter parado na serra de Sintra! Deixou-nos chegar ao fórum, deixou-nos ir às compras..e apenas quando nos preparávamos para rumar a casa (com duas sapateiras, 1kg de camarão e 2 robalos fresquinhos...) achou boa ideia andar 50m e desatar aos soluços, solavancos, fazendo toda uma espécie de barulhos e barulhinhos....tentei sem sucesso encostá-lo mais um pouco, já que tinha acabado de curvar..mas o menino não quis. Ficou-se mesmo ali, traseira meio de fora...em frente à oficina da midas! Pensamento 1: "foda-se!", pensamento 2 "pelo menos está aqui uma oficina..pode ser que me safe". Saio do carro... vou direita à frente e espreito por baixo.. estou habituada a ter cuidado por o carro ser baixo mas nunca se sabe.. Vi logo que estava a deitar óleo... dou a volta, e bem.. para além do óleo tinha perdido uma peça no caminho! Sim..."porra", pensei "tenho um carro a perder peças"... Fui à midas pedir ajuda mas não havia remédio "isto é uma peça da transmissão, chame já o reboque, não mexa mais no carro!". "Foda-se", pensei. "Fez alguma intervenção grande no carro recentemente?" "foda-se", pensei.. "Mudei a embraiagem"... resposta: "foi disso, deixaram a transmissão mal posta.
A partir daqui foi aquela tarde que se previa... telefonema para cá, telefonema para lá... mecânico, seguradora, namorado, seguradora, seguradora, seguradora, pai, seguradora.... Agora vai o meu coche guapo a caminho da oficina onde mudou a embraiagem e eu preparo-me para ir buscar o de substituição... Te echo de menos coche!!!
Pelo menos a experiência foi melhor que da última vez, o reboque e o táxi demoraram pouco e salvou-se o peixe e o marisco para o jantar! Embora quando finalmente me sentei à mesa com a sapateira tenha pensado... isto pedia era uma garrafa de álcool puro para ver se me esqueço!
Enfim.... estar apeada é uma merda. Uma pessoa habitua-se a um carro e está perdida.. Nunca mais a vida é igual.
Vuelve pronto coche!!
...and you won't work a day in your life!
Simples como isto. Sempre acreditei que se estudarmos o que gostamos, se trabalharmos naquilo que gostamos somos mais felizes.
Porque, sejamos honestos, a experiência escolar e académica é muito gira, mas farras à parte dá trabalho. Para quem quer fazer as coisas como deve de ser, nos tempos previstos, com qualidade, dá mesmo muito trabalho. Não sai de borla, sai do pêlo! E inclui as disciplinas que gostamos muito e as que gostamos menos, as que têm uns professores fixes e as que têm os bota de elástico desta vida.
Fiz as minhas escolhas desde cedo, e é certo que nem todos acertamos à primeira. Muitas vezes também digo que se voltasse atrás não sei se faria o mesmo.. porque afinal há tantos assuntos interessantes! Há tanto mundo para saber e tanta coisa para explorar. Mas sei que fiz uma escolha certa, especialmente depois de ter encontrado um local perfeito para exercer a minha profissão, designer. Se me perguntarem o que faço ainda é um pouco difícil de explicar a quem não domine as áreas de comunicação ou tecnologia de todo, mas vai havendo cada vez mais espaço para isso. (ainda que para os meus avós eu faça apenas desenhos e provavelmente não sabem bem como estou empregada, mas enfim!)
Isto para dizer que se calhar, se me pedirem para explicar o design de repente, eu talvez não tenha logo pronta a melhor resposta (até porque acho que há várias respostas certas, é quase como uma forma de viver, uma filosofia!, mas adiante que isso dá outro post!). O que sei é que acabo de ver um vídeo de divulgação de uma pós graduação em design thinking e prototyping de uma faculdade por onde passei, protagonizado pelos coordenadores do curso, e que é a maior vergonha. Vou tentar ignorar o facto de não terem sequer improvisado um teleponto decente e estarem a ler o texto de um dos lados da câmara, olhando ocasionalmente para esta. Não, o pior não foi isso, foi mesmo a falta de paixão com que falavam, o discurso forçado, cheio de palavras caras e expressões que não sei se saberão o que querem de facto dizer. Uma máscara de apresentação a um dos temas mais actuais da área do design. (que tal como o próprio design está a ficar demasiado pop e mastigado.)
A sério, eu até tenho interesse na área, eu até passei pela faculdade, eu até conheço um dos professores (e até admito que tendo ele leccionado uma das cadeiras que mais perda de tempo me causaram no curso posso estar influenciada) mas aquele texto, aquele cenário é medonho! Não causa o mínimo entusiasmo! Não cria aquela vontade de pensar o mundo e de fazer coisas, que caracteriza os designers! Não havia sangue na guelra, não havia corrente eléctrica... eram apenas duas pessoas que irão orientar a formação de futuros designers, que debitavam frases caras e sem nexo, sem empatia, sem nada. Se é o melhor que têm a oferecer pensem melhor.. mas não espetem com uma coisa dessas sem brilho numa rede social e esperem um milagre a seguir.
O gosto pelo que se faz seria, para mim, o requisito mínimo para terem gravado este vídeo. É o tipo de acções que muito boas, têm êxito, e com esta falta de qualidade a todos os níveis, é apenas um tiro em cada pé.
Quando era pequena, pequena de 3/4 anos, comecei a fingir que sabia ler! De tanto ouvir as histórias que a minha mãe e a minha avó me contavam acabei por decorar os textos, e a passagem das folhas, de tal forma que conseguia ir debitando tudo e passando as páginas no momento certo! Dava um show às visitas que iam lá a casa e passava por ser um pequeno prodígio... Claro que só aprendi a ler quando fui para o primeiro ano, pela Cartilha Maternal, que ainda guardo e que tem umas ilustrações tão doces que parece as da Anita!
Sempre fui habituada a ler, a minha mãe tratou disso bem cedo, e eu peguei-lhe o gosto! Recordo com carinho as nossas idas à Feira do Livro, um ritual anual que cumprimos sempre. Em pequena li o Bolinha, a colecção inteira da Anita, o Plum e a Plumete, a Rua Sésamo, A Flossy, O Gualter, as Mil e uma Noites com as suas ilustrações de babar, as Fábulas de La Fontaine (numa edição linda que me ofereceram) o Principezinho.... tanta coisa!
Fui crescendo, mudei as leituras e fiz-me fã da Enyd Blyton: Os Cinco, Os Sete, As Gémeas no Colégio de Santa Clara, O Colégio das Quatro Torres.... lembro-me de atafulhar o carro do meu avô com as colecções inteiras quando íamos de férias! Nesta altura já sabia que tinha uma queda muito grande para ler e reler os mesmos livros!
Lembro-me com saudade de livros da minha juventude como o"Gosto de ti, R." (dos livros mais doces deste mundo), o Diário Cruzado de João e Joana, a Lua de Joana (um clássico da minha geração), o Guarda da Praia e mais uns quantos dos quais recordo a história ou a capa, nem sempre o nome.. Entretanto JKRowling aconteceu, e mais uma colecção que foi indo de férias..e que eu leio até hoje!
Descobri a Isabel Allende, a Joanne Harris, e a Sveva...Lia compulsivamente, nos intervalos do estudo, à noite antes de dormir, quase que pela noite dentro. Em férias ia sempre de livro para a praia, ainda hoje vou!
Ultimamente sou mais desleixada...acumulo pilhas de livros, começo e interrompo.. Nem me reconheço!
Tudo isto para me imbuir no espírito de que tenho de voltar a criar um compromisso com os livros. Nem que tenha de marcar horas num calendário!
Pelo menos, cada vez tenho mais curiosidade por outros livros, em vez da vontade de reler sempre os mesmos.
Lista de livros para acabar de ler (nos próximos meses):
1 - Harry Potter and the cursed child (ainda que ache que a história deveria ter acabado no 7)
2 - O amante de Lady Chatterley
3 - A colecção completa das obras da Jane Austen (ou pelo menos o Sensibilidade e Bom Senso que também comecei, sem acabar)
A minha irmã, não é minha irmã, mas foi quem eu escolhi para ser aquela pessoa que acho que deve ser um irmão/ã. Escolhemo-nos mutuamente!
Ambas filhas únicas, mais parecidas fisicamente do que se tivéssemos de facto a mesma mãe, partilhamos gostos por tanta coisa que às vezes parecemos uma só que partiu ao meio. Somos pelos sapatos, pelos saltos altos, pela maquilhagem, pelos perfumes, pelas malas da longchamp, pelas outras malas todas, pelas idas aos centros comerciais e pelas idas à feira. Somos pelas viagens, pelas bagagens, pela conversa, pela partilha, pelo sexo e a cidade, pela praia e pelo campo!
Sabemos que é a nossa irmã quando estamos uma hora a conversar ao telefone e a (tentar) fazer o jantar ao mesmo tempo enquanto ela nos faz pensar numa data de coisas que se calhar não queríamos mas que devemos pensar. É uma irmã mais velha, que não quer ser a nossa mãe, mas a quem podemos contar o que não contamos às mães, e guardar os segredos, as lágrimas, as gargalhadas e os sorrisos.. as cenas tristes, as cenas cómicas, e as cenas embaraçosas!
E é tão bom ter uma pseudo (irmã)!!