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Os nossos amigos desapareceram? Pior, que as nossas amigas desapareceram?
Está certo, nada é como antes, quando andávamos nas escolas básicas, nas secundárias, ou nas faculdades. Agora temos outros espaços, movemo-nos noutras zonas, obedecemos a outras regras e rotinas. Vamos deixando de falar, ao fim de uns anos quase nos esquecemos dos aniversários, as datas vão parecendo menos importantes... Combinar alguma coisa leva anos de planeamento, e alguém não pode agora, e quando já pode é outro(a) alguém que agora já tem planos. Vamo-nos protelando. Provavelmente já não temos a importância de outrora uns para os outros, umas para as outras.
Nunca conservei os amigos rapazes, vêm e vão, nesses tempos ou me apaixonava por eles, ou eles por mim, nunca o timing perfeito, nunca a pessoa que queríamos. O velho ditado, "quem eu quero não me quer"... Tudo acabava num afastamento rápido e doloroso, tipo, tirar aquele penso rápido quando vamos às análises. Já sabemos que a dor só demora um segundo a descolar, mas passado o momento ainda dói, cá dentro.
Agora, sempre achei que com as amigas seria diferente. Sempre disse que preferia poucas, mas boas, e tenho, ou tive! Sei lá! Conseguimos ser em determinadas alturas da vida tão ou mais próximas do que a família. Era nas amigas que se confiavam os segredos, as paixões, as mensagens trocadas, os encontros furtivos, as mentiras aos pais, tudo. Eram as amigas que puxavam as orelhas, metiam juízo ou davam conselhos. Na nossa enorme inexperiência, ainda assim eram as amigas que aguentavam o barco e ajudavam a sair da tormenta quando se chegava ao fundo. Raramente confiávamos aos pais essa tarefa...
E agora, quantos anos passaram? 10, 12, meu deus, daqui a pouco já somos aquelas a quem chamávamos "cotas" aos 15 anos... Há as que casam e deixam de conseguir encaixar-nos na agenda, há as atarefadas com o emprego, as que têm turnos, as que têm horários complicados, muito trabalho, pouco trabalho, nenhum trabalho. As que ainda não acabaram os cursos, as que mudaram de curso tanta vez que já nem sabemos o que fazem, as que desistiram por mil motivos e não sabemos bem onde estão.
Quando damos por nós já não sabemos nada de ninguém, já não trocamos mensagens, telefonemas, nada. Não falamos. Vivemos as nossas outras vidas. Provavelmente todas, ou quase foram fazendo outras amigas, substituindo as antigas por modelos diferentes! Nada contra isso. Absolutamente nada, apenas não fiz o mesmo, e não vejo ninguém para me mandar o remo agora se precisar.
Mea culpa, I know. Eating my own poison, yeah, I know. Costumava ser a "independente", a "autónoma", a que conseguia estar sozinha por mais de 20 minutos seguidos, entreter-se, arranjar um programa, ir ver coisas, museus, sítios, mesmo que fosse sozinha. Não me chatiava, não me importava, mas se calhar devia ter doseado melhor. Fica um gostinho amargo do género: em que prateleira do supermercado ficam as amigas? Secção da casa? Das bebidas alcóolicas? (Recordações de uma garrafa de Pisang Ambon) Podemos ir arranjando umas quantas e reconstituir o grupo de que nos desfizémos?
Para fechar o tópico que está a ficar meio depressivo, acabo de me lembrar daquele filme "Mulheres Perfeitas" com a Glenn Close! Tudo dito!
Sempre fui cuidadosa com a alimentação, até porque sempre tive que fechar a boquinha se queria manter o nº de calças na zara! Não sendo daquelas abençoadas pessoas que comem que nem pequenos alarves e não engordam uma grama, eu pelo contrário engordo sim, não no primeiro dia, mas assim ao fim de uma semana a comer porcarias... Vá, porcaria é um termo forte, o meu problema é ser um tantinho gulosa e ter uma costela alentejana daquelas que adora enchidos, morcelas, pão de milho e sei lá mais o quê.
De há um ano para cá, mais coisa, menos coisa, fui cortando nas bombas alimentares e concentrando-me apenas naquilo que já fazia bem, mas até há umas semanas não dava por grandes diferenças. A diferença mesmo está em mim, que agora quando estou com fome na rua não me atiro à primeira embalagem de comida falsificada, nem entro numa pastelaria e me estrago com qualquer croissant. Não. Apliquei uma regra que já tinha para algumas coisas, como doces, que é, fazer poucos estragos, e fazer apenas os que valham mesmo muito a pena! Claro que fechar a boca e juntar uma pitada de exercício físico, isso sim é meio caminho andado para ir à mango experimentar umas calças e descobrir que temos de pedir à menina que nos traga o nº abaixo (ahhhh foi tão chato! Até dei pulinhos no provador!!).
Agora a parte prática: quando estamos de férias isto é tudo muito fácil e giro, os dias têm 40 horas e temos tempo e paciência... mas oi? aqui já voltámos ao trabalho e está difícil! Almoçar fora passa a ser um pesadelo, pouco tempo, poucas opções. Para ter mais opções, há que ir mais longe, mas aí demora-se mais tempo, ah e sai mais caro! Pois, aí reside um dos problemas. A comida realmente saudável não está em todas as esquinas, nem em todas as ruas (às vezes acho que nem em todas as freguesias -_-') e fica sempre mais caro. Um destes dias andava no Almada Fórum, ainda era cedo para jantar mas estava com fome e descobri um quiosque de sumos e tostas e essas coisas... pedi um "à prova de bala" 2,95€ por 300ml com uva, banana, maçã, lima e hortelã. O copinho vinha com um cartão a dizer as propriedades do sumo, que era perfeito para combater os radicais livres (ahh estava expressão dá outro post!), ajudar à prevenção de não-sei-quantos tipos de cancro, reforçar o sistema imunológico, enfim...uma imensidão de coisas, sem água nem açúcar. E era simplesmente perfeito! Alimentou-me para mais 2 horas de shopping e trânsito de quem se lembrou de ir à Costa no domingo...
Se é barato? Pois...não muito, não é.. Se vale a pena, depende do que cada um quer para si. Eu queria mesmo era que houvessem mais soluções como esta espalhadas por todo o lado! Queria que fosse fácil encontrar embalagens de fruta descascada e pronta a consumir como em Espanha, queria que fosse fácil comprar uma salada com quinoa, aveia, couscus... Queria que fosse fácil encontrar pacotinhos de leite de côco, amêndoa, avelã... Queria que o conceito de salada fosse mais do que "massa + alface + escolha 4 ingredientes de entre a fabulosa diversidade de atum em lata, delícias do mar congeladas, ananás de lata (cheio de açúcar), frango cozido desfiado + agora tomá lá um molho qualquer cheio de maionese e coisas que nem queres mais saber". Por agora, resta-me preparar os almoços e lanches da tarde e da manhã, para evitar desvarios e idas à "máquina". E almoços fora...preferir o ambiente controlado de um centro que tenha o Go Natural ou uma loja de sopas decentes. É a defesa possível, e estou à prova de bala nesta decisão.
Por este dia mais fresquinho e ventoso! Não querendo ser mal agradecida, mas podemos fazer um trato? Dias fresquinhos durante a semana e um calorzinho no fim-de-semana ali para a zona Oeste? Dava-me tanto jeito!
...quando há botas brancas à solta pelas lojas para este inverno.
Há uns meses fui a Barcelona. Já não viajava para fora do país há alguns anos, e como sou algo paranóica com a segurança e tudo mais fiz algumas pesquisas em blogs de viagens sobre questões práticas. Entre saber onde esconder o dinheiro que fica no hotel ou mesmo o que vai connosco para a rua, precauções com os documentos de identificação, saber moradas e números de telefone de consulados, li de tudo. Bom, isto para concluir que aprendi a esconder o dinheiro tão bem que só o encontrei...ontem! Sim, estive uns bons meses a pensar que o tinha gasto todo (o que não teria sido nada impossível note-se!) e afinal tinha 50 euritos confortavelmente aconchegados dentro de um penso higiénico!!! Sim!! Um penso,...sim, desses mesmo! Exacto... Pois, parece que os eventuais ladrões têm um certo...nojinho (?!) pudor, em remexer nos produtos de higiene feminina e eu segui o conselho de um dos blogs à risca... Claro que depois como sou os ditos cujos vão ficando aqui e ali, em bolsas e bolsinhas e malinhas...e só ontem quando precisei de um e fui procurar nas ditas cujas me saem de lá as notinhas fofinhas que só elas!!! Levei uns bons dez minutos a parar de me rir mas tenho que concordar que é uma rica ideia! E vá, o orçamento do mês acabou de aumentar!
De tanto amaldiçoar o ar condicionado do escritório passei a noite em claro com o calor. Dormir com as janelas de casa todas abertas e esperar, suspirar, desejar com todas as forças que viesse uma brisa, ligeira que fosse, mas nada. N-A-D-A. O cão do vizinho ladrou toda a noite, o carro do lixo passou com a bagunça do costume, os autocarros retomaram o serviço, e nada. Nem ar nem sono. Foi castigo.
Agosto. Verão. Vá, já é setembro, mas continua a ser Verão. Calor. Muito calor, vulgo estão 40º lá fora. Outfit: um casaquinho pelas costas que a blusa é fininha e eu estou num escritório cheio de gente encalorada e engravatada que regula o AC para uns modestos 22º. Pormenor...o dito cujo está praticamente apontado à minha cabeça, e a única forma de controlar o problema é lá ir dar-lhe um piparote para ele mudar de direcção. Por algum motivo o comando do dito e eu não simpatizamos muito... e ele sai sempre a ganhar nas nossas disputas! Posto isto, sair para almoçar acarreta um risco agravado de choque térmico, e morrer à porta do escritório vítima de enregelamento e posterior descongelamento ultra rápido não é bem um objectivo de vida. Opto por almoçar aqui, sento-me na copa com o tupperware, e eis que começa a voar tudo à minha volta. O AC ali também está regulado à minha cabeça, e pior, está muito mais frio! Engulo a comida sentindo-me um alvo a abater e pensando a que horas vou ceder e tomar um brufen...só para prevenir uma bruta crise de sinusite. Saio de lá parecendo um figo da índia com pele de galinha e os 22º agora parecem-me uma ilha tropical de tão "quente".
Mal posso esperar por entrar no carro ao fim do dia e ver o dito cujo marcar 45º de temperatura exterior.
Mebocaina, anda cá à mãe que temos de sobreviver a Setembro...
PS: A autora não se considera de todo hipocondríaca!
O bichinho da escrita voltou. Esteve inactivo durante praticamente 5 anos, há uns dias voltou. Noutros tempos voltaria a escrever um diário, como fiz durante cerca de dez anos. Mas agora há outro mundo cá fora, e enquanto há coisas que são só nossas, há outras que podem ser partilhadas. A ver como corre....