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Fui só eu a achar que a Lua ontem estava como nos outros dias?!
Sinto que fui vítima de publicidade enganosa.... já vi trilhentas fotos da Lua desde ontem mas quando saí e olhei para ela achei-a, como dizer, normalzinha, talvez apenas um pouquinho mais brilhante, mas nada de fantástico como prometeram!
Acho que fui enganada...
As últimas semanas têm sido uma turbulência só, e não vai acabar aqui. Ainda assim conseguimos sair no último fim de semana e passear um bocado fora de portas.
Há alguns meses o homem começou a falar na expo-mcânica na Batalha e que queria lá ir e blá blá blá... e eu, criatura ingénua disse-lhe:
"Vamos passar lá o fim de semana e assim podes ir à feira enquanto eu passeio ou leio um livro em algum lado!", a transbordar de entusiasmo!!
Mas não contava com um ar de cão a ganir que dizia "Então mas não vinhas comigo? Eu fui contigo à Gulbenkian!"
(Aqui parei, respirei fundo, pensei mas este sacana atreve-se a comparar a Gulbenkian com a expo-mecânica?!?!? Me-do)
Dei esta resposta inteligente: "Ah mas não é a mesma coisa, a Gulbenkian é cultura geral, isto é um interesse teu, muito específico! Mas logo se vê.."
E com o "logo se vê" me tramei à grande e para evitar amuos no sábado fui dar com os costados à Batalha! Achei que no máximo aguentava uma hora, hora e meia, mas comi com duas, e meia! O rapaz é dado a conversar, a perguntar e coiso e tal, e eu ali a observar. Devo dizer que o interesse antropológico destes eventos é muito! Temos espécies particulares que dão à costa nestas coisas!
Começamos pelos "papa-merchandising", aqueles que recolhem tudo o que é saco, papel, panfleto, lápis, chocolates, rebuçados, porta-chaves, tudo, mas tudo mesmo! São capazes de interromper uma conversa entre outras pessoas apenas para perguntar ao sr. do stand "posso levar uma bolsinha dessas? Muito obrigado". Arrastam-se pela feira cheios de sacos como se estivessem numa tarde de shopping e não há nada que lhes escape!
Depois há os "perguntadores ou conversadores" que param em todas as portas, perguntam tudo, levam cartões, conversam sobre as dores todas que têm e ainda prometem ligar na próxima semana!
Há o "vendedor" de feira claro, que vende o pai e a mãe para ir ao baile do orfanato se preciso for, as meninas hospedeiras que levam quase tanta roupa vestida como se fossem para o salão erótico e passeiam pelos corredores com panfletos na mão enquanto uma larga fatia de população pensa em que banca pode ir buscar aquele merchandising.
Temos ainda a espécie "wifes and family" que não se sabe bem sob que chantagem foram lá parar mas levaram a sua melhor fatiota de cabedal ou lurex e um stilleto compensado como se no caminho fossem dar um saltinho ao carnaval de Ovar.
No meio disto consegui sobreviver para contar, comi 3 rebuçados e trouxe um lápis e uma caneta. Já o rapaz veio atracado a catálogos, bíblias de produtos e outro tanto merchandising que ele, mesmo não pedindo foi recebendo feliz da vida!
Quando descarregar as fotos da máquina faço aqui o roteiro da viagem ultra rápida!
Se não passasse uma hora no trânsito por pura burrice... minha, entenda-se! Quem manda esquecer o computador em casa e só reparar quando já se chegou ao trabalho? Quem ? Quem? Pois é.
1 - "António Costa, dá um toque à Hilary e explica-lhe como se chega ao poder mesmo perdendo eleições"
(yap, chico-espertismo é connosco)
2 - "Maybe Santa can take Donal Trump away..?" (por uma criança de 4 anos!)
Vinha a ouvir a rádio e lembrei-me que hoje era o São Martinho. Curioso é que ando a falar em castanhas há semanas, de todas as formas e feitios, e ia-me esquecendo! Pior, hoje é dia de magusto no escritório, e eu nem assim me caiu a ficha!
Lembro-me tão bem de ser um pequeno pigmeu e vir da escola, estrada de Benfica fora pela mão da minha mãe, e comermos castanhas no cartucho de papel de jornal. Consigo ver a neblina que o fumo dos assadores provocava, e sentir o cheiro das castanhas no ar! Adorava quando vinham bocadinhos de sal no meio e eu comia ainda com mais vontade.
Saudades desse tempo em que este dia era marcado pela lenda e por um desenho feito na escola de um Martinho, um mendigo, um dia de tempestade transformado em sol e uma capa rasgada a meio!
Imagem via Pinterest https://s-media-cache-ak0.pinimg.com/564x/0e/17/9f/0e179f55325f1bd1582dc097065f94a3.jpg
Para além das óbvias castanhas.... figos enfarinhados! Especialmente quando são molinhos por dentro e não estão demasiado secos... o melhor que trago de uma ida à feira! Mnhamm mnhamm
Ele: Já abriste aquele frasco de doce de castanha que compraste?
Eu: Não, estou a guardar para fazer uma sobremesa; E é puré.
Ele: Puré?
Eu: Sim. Estou a pensar usar para fazer uma tarde de castanha e pôr castanhas caramelizadas por cima..
Ele: Castanhas caramelizadas???? (a fazer caretas)
Eu: Sim.
Ele: Sabes que eu não gosto de caramelo..?!
Eu: Sim. Mas não é caramelo, é colocar as castanhas cozidas numa calda de água com açúcar e mais umas coisas.
Ele: Pronto.. é que eu não gosto de caramelo.
Eu: Ok, esquece que eu disse caramelo! Não é caramelo!!
(Ando muito inventiva na culinária... devia parar de ver o 24 kitchen, e o masterchef usa, e o na austrália... Depois acabo a ter de comer tudo... porque ele torce o nariz, já deu para perceber certo?! É isso.. Next Stop.. Tarte de Castanha! Vou jogar pelo seguro e fazer tarteletes individuais!!)
Sou só eu que sofro do síndrome da informação? De ter que estar informada? De ter que saber as últimas no mundo sob a pena de levar aquela etiqueta de alienada na testa? Mais alguém sente isto? Digam-me que não estou sozinha!
Quando era pequena o pior que me podiam dar era ver notícias. Odiava o telejornal de morte! Achava que era uma seca, só falavam de coisas que não interessavam para nada, só davam más notícias e coisas que faziam mal ao mundo e às pessoas. O mesmo servia para os jornais em papel, se calhava a ter algum na mão fazia uma destas coisas: barquinhos de papel, procurava os resumos mínimos das novelas e via os horários dos desenhos animados, lia o horóscopo. A minha perspectiva infantil fazia-me implorar à minha mãe para mudar de canal às oito da noite, o que ela nem sempre acedia já que "gostava de ver as notícias". Algumas vezes me tentou explicar que era importante, mas eu não liguei nenhuma, e assim fui até à adolescência e continuei.
Mas depois nas nossas vidas surgiu aquela coisa do facebook, e eu entrei nesse mundo e quando dei por mim já estava a acompanhar notícias. Para meu espanto passei a estar minimamente informada, e chegava a casa e dizia "viste aquilo que aconteceu?", e "já sabes da última?", e "então mas tu não viste as notícias?". Ao que a minha mãe respondia que não, ainda agora tinha entrado em casa e só ia ver às oito horas!! A forma como consumimos as "notícias" mudou, até para ela. Agora as notícias não passam necessariamente pela TV às oito horas, mas estão connosco a todo o momento. O "última hora" é realmente "último minuto" e não uma actualização com barbas. Mas depois, este excesso de meios de informação também enjoa. Às vezes não me apetece ser bombardeada com actualizações, não quero saber ponto! Mas depois todas as pessoas à nossa volta comentam e falam e perguntam, e percebo que realmente não dá para não saber.
No meio deste frenesim sinto que este consumo é tão rápido e imediato que nem chegamos bem a saber as coisas. Lemos uma notícia na diagonal, vemos um vídeo de 1 minuto ou lemos apenas as manchetes, porque não temos tempo a perder com mais. Mas depois comentamos as ditas notícias com um conhecimento que não temos! Sinto que gostava de saber mais, perceber realmente porque é que existem os conflitos no médio oriente, quantos são, entre quem, quem apoia quem, quem ajuda quem; Não é só dizer "os mauzões dos russos estão a bombardear a Síria, os sacanas!" e coisas que tal. Acho que no fundo ainda falta muita informação para nos chegar. Nos telejornais tentam por vezes impingir-nos os ditos comentadores, dos quais devo dizer que só ouvia com atenção o Marcelo Rebelo de Sousa, e às vezes o Sousa Tavares, o resto na maioria das vezes leva-me a um zapping antecipado, ou então o formato reportagem que gosto mais. Sou capaz de olhar para uma reportagem com mais calma, deixar-me absorver como se fosse um documentário.
Sempre achei interessante o formato filme-documentário e tenho mesmo pena de não ver mais! Hoje descobri este site Documentary Addict que tem mais de cinco mil documentários para ver. É informação que não acaba mais, e novamente, tempo que não tenho, mas acho que consigo aprender muito mais sobre o mundo se vir um destes de vez em quando do que se continuar a consumir notícias como se fossem batatas fritas do macdonalds.
Tenho uma lista de "wanna-see" mas ainda não sei como chegar a todos! Quero muito ver o Cowspiracy (há no youtube) e ver se realmente é tão life changing como dizem! E depois gostava de encontrar o The True Cost (trailer aqui) sobre as consequências da fast fashion e o Demain (trailer aqui) um documentário francês com uma visão não derrotista e que procura soluções para se viver num mundo sustentável. Haja tempo senhores! Com um pouco de jeito talvez consiga convencer o moço a substituir o Batman por um destes no domingo à noite. Hope!
Uma dose de castanhas assadas, ou um crepe de chocolate com gelado de nata (tenho de proibir isto aos amigos que vão jantar lá a casa...depois tenho de acabar as embalagens..ohhh), ou um frasco de doce de castanha, ou castanhas caramelizadas, ou pipocas, ou panquecas, ou croissants simples quentinhos. (Não me oponho a isto tudo junto by the way.) Qualquer coisa marchava se estivesse debaixo de uma manta no sofá a ver filmes e séries de castigo! Detesto estes dias em que às cinco da tarde já é praticamente de noite, é que a minha produtividade cai assim que se põe o sol!
Eu juro que não estava a espera. Hoje quando entrei no rádio e ouvi as notícias caiu-me o queixo. Não é possível. Esta gente não teve aulas de história suficientes para perceber o que acabaram de fazer. O mais engraçado é que achamos sempre que os americanos, e a América em geral são o supra-sumo da barbatana, os melhores, os maiores. Mas desculpem lá, pelo menos mais de metade de vocês são uma merda, porque acabaram de eleger para presidente um misógino, um racista, um fascista. Foi como ressuscitar o Hitler e por-lhe o barrete do KKK. A sério, é isso que querem para o vosso país? E o resto do mundo? Já pensaram como a merda que fizeram vai cair em todo o lado?
O mundo começa hoje o luto antecipado porque o drama, o horror e a tragédia começam a 20 de Janeiro do próximo ano. E já não há volta a dar.