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Cut the crap #7

por Catarina, em 31.08.17

Eu bem andava a tentar endireitar-me mas a verdade é que as férias não foram muito boas ao meu desafio! Agora com o regresso à cidade, à rotina, ao trabalho e às aulas já estou em campo para retomar uma alimentação o mais saudável possível, todos os dias!

Outro dia apanhei este livro em promoção na Wook e é a minha nova bíblia; Explica o conceito de forma muito simples e tem ideias óptimas já para não dizer que é um livro tão bonito que dá vontade de comer, mesmo!

 

 

Não sou de fundamentalismos nem de dietas restritivas ou rigorosas, mas gosto de saber um pouco de cada para poder retirar o que achar melhor adequando ao meu estilo de vida e ao meu corpo. 

Muitas vezes o que me vence é a preguiça ou o facto de não ter tudo em casa o que preciso para uma receita mas com algum esforço e método na lista das compras acho que chego lá! Já percebi que vou precisar de uma série de ingredientes novos e de outros que nunca ouvi falar portanto vou dando baby-steps e escolhendo as receitas a dedo. 

Outro dia no check up anual também descobri que nunca mais vou estar sozinha...isto porque tenho um polipo na vesícula e posso ou não ter lá uma pedra; Podia ser preciosa mas não, será certamente um calhau qualquer. Já não me chegava uma anemia crónica achei que isto podia continuar a funcionar tudo bem mais uns anos... Não fiquei radiante com a notícia, mas a médica mandou-me despreocupar porque não tenho sintomas nenhuns portanto só devo voltar a pensar nisso se tiver dores ou outros sintomas; Não que isto me deixe muito descansada. Cada vez mais acredito que controlando a comida se consegue controlar melhor a saúde e portanto agora tenho outro objectivo na "dieta"...não dar demasiado trabalho à vesícula que a menina reclama férias.... Se há coisas que sei que não posso prevenir ou evitar, há outras que tanto quanto puder vou fazer por isso.

Para já na lista das compras vou trocar o requeijão por queijo ricotta, acrescentar o mel, cortar nos queijos e nas bebidas alcoólicas; Também devo reduzir castanhas, nozes, amêndoas e manteigas vegetais ou animais. Fritos claro já nem os via, leite integral também não e carnes ditas "gordas" como uma quantidade pequena por isso não vou cortar porque a anemia precisa delas de vez em quando. Miúdos já não apreciava e é raro comer fígado, apesar de fazer bem à parte da anemia; O chocolate até agora é o que me "dói" mais da lista... socorro-me do chocolate preto com a máxima percentagem de cacau que encontro quando me dá aquela vontade de um docinho à noite portanto tenho de lhe encontrar alternativas brevemente ou vai ser ver-me atacar a perna da cadeira todas as noites!

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Back to School

por Catarina, em 30.08.17

Ainda não mas a partir de Outubro!

 

Ainda andava no 8º ano e já sabia que queria seguir artes; o ano seguinte teve direito a testes psicotécnicos que só confirmaram essa decisão.

 

No secundário comecei a ver cursos superiores; ao entrar pensava em arquitectura, mas antes do final do 11º ano já sabia que seria Design, e já tinha em vista onde seria, no IADE.

  

Tudo aconteceu como eu ia delineando e, antes de acabar a licenciatura sabia que ia seguir directamente para o mestrado, sabia que queria mesmo mudar de faculdade, e sabia que me fascinavam as Belas Artes.

 

Aí fui eu. Os primeiros três meses iam sendo decisivos para a primeira desistência da minha vida. O curso não era o que eu esperava, dos profesores só aproveitava metade, e o professor de projecto era para mim Satanás na Terra. Aguentei-me à bronca.

 

Acabei o 1º ano com a certeza de que não faria o 2º logo a seguir. Descobri tarde demais que aquele mestrado era dos poucos nesta terra cujo 1º ano não dá equivalência à pós-graduação.

 

Nesse ano de intervalo fui fazer cursos à LSD, para desenvolver a àrea de editorial que gostava muito.

 

Entretanto já andava a estagiar, consegui um estágio pelo IEFP e decidi ao mesmo tempo que não podia deixar o mestrado pendurado.

 

No ano em que voltei ao mestrado para fazer a tese estagiava a tempo inteiro. Mal me lembro desse ano passar; Tive poucas férias, poucos fins de semana. Usava os sábados para ir às bibliotecas, usava os finais de tarde, que são equivalentes a noites durante o inverno, para ler e esquematizar ideias, e os fins de semana para produzir texto. Nunca tinha trabalhado com tanto método e tanta organização. Tinha ficheiros exel para me orientar com as leituras e os arquivos das bibliotecas; Forrei meia parede do meu quarto e esquematizava o projecto todo ali mesmo. Foi longo, foi duro, foi proveitoso. Tive a sorte de contar com um orientador dez estrelas, que me ajudou sempre, facilitou-me imenso a vida, incentivou-me e fazia com que as idas à faculdade para conversar sobre a tese fossem alegres e proveitosas.

 

Saí de lá com um 17 e a seguinte frase na cabeça, dita pelo meu orientador: "Você devia ir para investigação! Peça uma bolsa, arranje um projecto, tem perfil de investigadora! Não há nada melhor do que pagarem-nos para fazer algo que gostemos!". Tentou aliciar-me a seguir o doutoramento, mas nessa fase eu estava sôfrega por um intervalo.

 

Ainda assim ia dizendo aqui e ali "Ainda não acabei, ainda volto à escola, eu gosto de estudar e aprender".

 

E assim foi.

 

Há um mês decobri que o ISCTE e a FBAUL se juntaram e criaram uma pós graduação em Comunicação Visual de Informação, da qual o meu orientador é coordenador, e calha-me mesmo bem porque é no que eu trabalho diariamente. A cereja no topo do bolo foi poder escolher não fazer a pós-graduação mas sim algumas cadeiras no âmbito do curso de especialização; Vou ter Design de Informação e Visualização de Dados e como optativa escolhi Storytelling mas foi difícil porque as outras eram igualmente interessantes! A vantagem é também o facto de não durar o ano inteiro e de ter uma carga lectiva mais fácil de acumular com um emprego a tempo inteiro. Mal posso esperar pelo regresso às aulas, mais ainda no ISCTE em cuja biblioteca passei muitas horas e onde me senti sempre bem.

 

Agora....já posso ir comprar cadernos?!

 

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Perspectivas

por Catarina, em 29.08.17

Quando era pequena nada me deixava mais feliz do que o sol e o bom tempo que eram um passaporte para passeios e ar livre; A ânsia de chegar ao Verão e à praia então era mais que muita!

Claro que há coisas que mudam quando crescemos; Ainda adoro o Verão e a Primavera, aquele sol que nos aquece a alma, a vontade de sair para a rua, o pé que começa a andar despido dos sapatos fechados, os cheiros doces no ar. 

Apesar disso nos últimos anos sinto que espero com mais carinho pelo Outono; Em pequena até arrepiava os cabelos só de pensar nisso, nas galochas, no chapéu de chuva e na gabardina.

Só que agora gosto de começar a sentir aquele friozinho suave que pede um casaco de malha, gosto de cozinhar de forno, das cores do campo, das folhas que enfeitam a calçada;

Gosto de um chá, uma manta, um café com leite e umas meias;

Gosto do facto de ter mais tempo em casa para ler, fazer crochet e cozinhar, etc...

Gosto do aconchego das mantas, das malhas, do aroma das velas de canela, baunilha e chocolate, e das flores secas.

 

Enfim...bandeei-me para o outro lado, mas não significa que queira o Outono fora de época! Portanto, São Pedro, se estás a ler isto recordo-te que o Outono só começa a 22 de Setembro e portanto deixa-nos queimar os últimos cartuchos!!

 

 

Imagem daqui via Pinterest

 

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Constatações

por Catarina, em 28.08.17

Há uma forma "rápida" de perder anos de vida, ganhar rugas e uma dor na lombar, ficar com o rabo quadrado, e ainda embrutecer ligeiramente, tudo ao mesmo tempo! 

Alguém sabe...?

Ninguém adivinha?

Ir ao Posto para uma consulta com o médico de família! Uma hora depois da hora da consulta ainda nem tinha passado pelo balcão de atendimento...é ou não um recorde digno do livro?

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Nós por aí #6 - Florença (IV)

por Catarina, em 28.08.17

Dia #5

 

No dia do regresso sabíamos à partida que não se iria aproveitar muito...ou em realidade nada mesmo.

Depois da viagem de camionete de Bolonha, com um calor dos ananases, os bancos quentes e a estrada por túneis escolhemos o comboio para o regresso.Tínhamos  tempo de sobra mas a estação não tinha espaço físico para estarmos três horas à espera do comboio mais lento pelo que optámos pelo rápido que nos deixou em Bologna Centrale em menos de 40 minutos!

Ao chegarmos fomos percorrendo corredores uns atrás dos outros ate chegar à superfície; a ideia seria dar uma volta por ali e apanhar o aerobus para ainda ver alguma coisa de Bolonha. Enquanto estávamos numa fila para levantar dinheiro comecei a aperceber-me da fauna de gatunagem que envolvia a estação claramente em bando organizado. Sentimos que já estávamos na mira pelo que abortámos os planos todos. Com os "radares" todos ligados fomos direitas aos táxis e desistimos do aerobus.

Com isto tudo chegámos ao aeroporto só cinco horas antes do voo sem sequer poder fazer check in antecipado porque o aeroporto em Bolonha é muito pequeno, não há balcão da Tap,e ainda por cima a nossa bagagem mesmo sendo de cabine teria de ir para o porão porque com as compras todas trazíamos mais bagagem de mão do que seria permitido embarcar.

 

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O aeroporto é muito pequeno, divide-se em dois pisos e tem poucas lojas e poucos restaurantes. Os bancos da zona exterior são horríveis, nada confortáveis e entre aquilo e o chão ainda estive para considerar a segunda hipótese. A vantagem era que estávamos num ambiente fresco e com muito menos probabilidade de assaltos! Ainda consegui comprar a revista Domus, que seguia online há anos e que cá custa o dobro do preço, com edição especial ainda por cima; só por isso valeu-me a mega seca de espera.
Assim que abriu o balcão de check-in fizemos logo fila e fomos das primeiras; a hospedeira foi super simpática e ofereceu-nos os lugares da asa, que têm mais espaço para as pernas e tornam a viagem mais confortável.
Voltámos ao piso de cima para o controlo de segurança, desta vez mais rápido porque não tínhamos líquidos nem muita tralha. A zona de embarque ao contrário do que esperava era tão mínima quanto o resto do aeroporto e uma sala de espera média dava para tudo. Vagueámos na free-shop para os abastecimentos do costume de perfumes e cosmética em promoção!
 
Pelo menos o embarque não atrasou e correu quase tudo sobre rodas até ao momento em que o autocarro chega à pista e pára em frente ao avião de portas fechadas... se calhar esqueci-me de referir que estavam uns 40º à sombra e os autocarros do aeroporto circulam só de janelas abertas sem ar-condicionado. Acabou por ser um embarque super atabalhoado, sem ordem nenhuma de entrada na frente ou à retaguarda e para variar saímos atrasados.... A viagem foi mais calma do que na ida e deu-me para ler e dormir. Claro que ainda apanhámos uma pequena seca na espera pelas bagagens mas muito muito contentes por estar quase em casa!
 
 
Rescaldo Final
 
Quando pensava no que escrever aqui, ainda durante a viagem, sabia que teria de parar para fazer um balanço mais geral.
 
 
Se gostei? Claro, adorei! Tanto Milão no inicio do ano, como agora Florença e Siena.
 
Correspondeu às expectativas? Em parte; Esperava que Florença fosse uma cidade mais limpa e arrumada ao invés do cheiro a esgoto recorrente. Está claramente à beira da ruptura no que toca ao turismo e acho que a cidade não aguenta; Muitas vezes nas ruas tinha pena dos moradores (que chegavam a ter turistas sentados a descansar no degrau das suas portas) e pensava como Lisboa também caminha para este caos. Acabei por gostar muito mais de Siena que achei mais autêntica e melhor preservada.
 
E os italianos?
Se estava à espera de ver homens bonitos? Estava... Se vi? Nem por isso... Mas não era disso que ia falar!
No geral achei os italianos mais acessíveis e simpáticos do que a minha experiência com os espanhóis; Tentam comunicar connosco a todo o custo e ajudam o mais possível. Falam um inglês razoável mas tentam falar com os poucos portugueses que lá vêm em castelhano!
Defeitos? São extremamente desorganizados, qualquer atracção com mais gente gera filas intermináveis e logísticas de tremer de medo. Também não são excepcionais a cumprir horários e sentia que tudo era sempre uma grande bagunça. Até mesmo no aeroporto onde esperamos normas internacionais era cada um por si e todos ao molho, com ou sem fé em Deus!
 
E a comida?
Aqui a porca torceu o rabo! Já em Milão tinha ficado desiludida com o Gnochi e até mesmo com as pizzas; Aqui não melhorou muito. Comi um Risotto fantástico com espargos e um queijo amanteigado que nunca tinha ouvido falar, num restaurante tipo Cantina tradicional; Em Siena comi os Raviolli muito bons, cujo recheio já não recordo mas que tinham cogumelos. Tirando isto a pastelaria fina que provei era boa mas não me aventurei em mais nada de especial e não vi nada que me encantasse muito. Os gelados eram muito bons mas francamente cá temos igual, ainda que lá os tenha achado relativamente baratos porque são mesmo muito bem servidos e podemos escolher dois sabores com o tamanho de "1 bola" só.
 
 
Preços?
Os monumentos e principais atracções são caros, e em Florença não encontrei horários nem dias com preço reduzido ou gratuito como em Milão. Gasta-se muito para ver qualquer coisa.
 
Os restaurantes enganam um pouco porque as doses são relativamente acessíveis mas depois nas zonas mais turísticas como Florença, Siena e o Lago Como em Milão cobram uma taxa chamada "Copperto" que é uma espécie de gorjeta obrigatória e serve de compensação ao restaurante pelo tempo em que ocupamos a mesa e pela pessoa que nos serve. Acho um roubo mas enfim; Os valores mais baixos são de 2€ por pessoa mas vi preços até ao 5€ por isso ao ver as ementas temos de nos lembrar de somar este valor!
 
O alojamento tem taxas turísticas municipais altíssimas e é preciso contabilizar o valor de acordo com o nº de estrelas do alojamento e paga-se por pessoa por noite. Nunca está incluído nos preços dos hotéis quando se fazem as reservas portanto é mais um a somar.
 
Os transportes só experimentei a camionete que achei cara, 20€ por pessoa para a viagem só de ida e as condições que oferecia. O comboio para Siena achei bastante acessível, cerca de 18€ por pessoa ida e volta, assim como o táxi. O comboio para Bolonha foi caro, 40€ por pessoa para uma só viagem, mas era um comboio moderníssimo e rapidíssimo! Os animais podem circular pela trela nas carruagens da última classe, como a nossa no comboio para Bolonha, e isso confesso que me faz alguma impressão mas pelo menos não ia nenhum perto de nós ou acho que dependendo do bicho teria saltado do comboio. Já em Milão reparei que os italianos têm outra cultura com os animais e é comum ver alguns em lojas com os donos. 
 
 
Vale a pena ir às compras?
Vale sim e tirem tempo para isso quando fizerem o roteiro!
 
Florença é conhecida pelo negócio das peles e cortumes e também pelo papel marmoreado artesanal. Comprei um pouco de tudo e trouxe muita coisa para oferecer. As peças em couro como carteiras, estojos etc. são lindas e muito mais baratas em Florença do que encontrei em Milão por exemplo. Convém escolher lojas menos centrais para encontrar preços mais baixos que foi o nosso caso já que tínhamos uma loja mesmo em frente ao hotel e comparámos com os preços das outras na zona do Duomo que ficava apenas a cinco minutos e eram bem mais caras. 
 
Um bom local para comprar é o Mercatto Centrale, uma zona de barraquinhas ao ar livre onde se vende tudo isto e mais um par de botas mas é preciso ir com paciência e regatear alguns preços. Quando nos perguntam a nacionalidade ou de onde viemos não é apenas para serem simpáticos ou para falarem a nossa língua, mas sim para saberem que preço nos vão dar isto porque o mesmo artigo para americanos por exemplo pode custar 80€ enquanto a espanhóis e portugueses vendem por 40€ (dependendo da vossa capacidade para regatear depois disso claro!).
 
Os artigos em papel marmoreado vão desde os cadernos, álbuns, calendários, marcadores, cartões, lápis e canetas e são lindíssimos mas um pouco caros se bem que acho que vale sempre a pena trazer nem que seja algo mais pequeno. São completamente artesanais e alguns são peças únicas pois o papel é feito em quantidades limitadas por padrão.
 
Por fim as lojas de roupas e acessórios: evitámos as mais conhecidas e o grupo inditex, e fomos às que não conhecíamos. Tivemos sorte por ser época de saldos e fizemos tantas compras quanto as malar permitiam guardar!!
 
Há quem traga também produtos gastronómicos regionais como o Chianti, o Lemoncello ou as massas nas mais variadas cores e formas mas essa parte não me diz muito portanto passei ao lado! No fundo achei que não valia muito a pena porque os preços não eram muito baratos embora houvesse sim uma grande diversidade de marcas.
 
Itália é segura?
Não posso falar pela Itália toda mas em comparação achei Milão muito mais vigiada do que Florença. Quando lá fui via muitos militares armados em zonas de maior concentração de pessoas como as estações, e eram eles que faziam o controlo de segurança no acesso ao Duomo. Em Florença vi pouca polícia quase nenhum militar armado e em Siena não vi mesmo ninguém. Em Bologna Centrale não só não vi ninguém como identifiquei logo um gang bem posicionado e achei que estivemos na iminência de viver ou testemunhar uma tentativa de roubo. Mas como isso foi no último dia e logo no primeiro, à chegada a Florença, na nossa primeira volta, agarrei uma moça com a mão e o braço todo dentro da mochila da minha mãe, já ia preparada para tudo!!! Achei que eram zonas muito turísticas e pouco vigiadas por isso todo o cuidado é pouco ou não estivéssemos na terra da Máfia!
 
 
 
 
 
 

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Nós por aí #6 - Florença (III)

por Catarina, em 25.08.17

Dia #4

 

Desde que começámos a planear a viagem que tínhamos em mente visitar os arredores e conhecer a região Toscana. O plano inicial passava por alugar um carro em Florença e ir até San Gimignano e Siena. Todos os dias ao final do dia eu planeava o dia seguinte, e portanto quando chegou à véspera eu já tinha traçado o novo plano.

Quando fiz contas à ideia de alugar o carro fiz o trabalho de casa todo; calculei o preço do carro, as portagens, o combustível, o aluguer de GPS e possivelmente o aluguer do equivalente à via-verde lá; Acrescentei uma cobertura de seguro, e ainda pesquisei as rotas a seguir mas os cálculos já iam longos. Quando pensamos em alugar um carro temos tendência a ver apenas o valor do carro e a esquecer o resto, mas o resto é o que fica bem mais pesado e depois acrescentei a isso o medo que tinha de me perder no caminho e perder tempo precioso, o receio de conduzir nas estradas italianas (eles são simplesmente loucos ao volante e eu nem sou medrosa de condução, pelo contrário) e ainda o facto de ser muito pouco provável que pudesse chegar de carro aos centros dessas cidades e o valor de estacionamento que isso iria acrescentar. Pesquisa vai, pesquisa vem e fomos de comboio até Siena! Tivémos de desistir de San Gimignano mas não trocava Siena por nada!

Saímos cedo em direcção à estação que ficava a uns 5 min do hotel, comprámos os bilhetes e entrámos logo no comboio, bastante confortável para enfrentar 1h e pouco de viagem. A viagem em si é agradável e vamos vendo uns campos de girassóis pelo caminho e uma paisagem simpática após a saída da cidade.

Ao chegar a Siena apanhámos um táxi para o centro; os táxis não podem chegar mesmo à zona que queríamos mas têm locais de paragem e recolha nos limites dessa zona, e o taxista explicou logo isso no início. A deslocação foram cerca de 8€ e uns 10 minutos de viagem, dividido por três foi irrisório e muito mais confortável! 

Siena é uma cidade lindíssima, muito medieval, e muito mais autêntica do que Florença que está muito turística e a rebentar pelas costuras! O inconveniente é que é muito menos plana e andamos constantemente a subir e descer ruas. Chegámos por volta do meio-dia e escolhemos ir logo almoçar para aproveitar bem a tarde. Descobrimos um restaurante muito simpático, Il Bargello, onde comi uns raviolli maravilhosos!

 

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Depois fomos até ao Duomo, onde a fila para os bilhetes era relativamente pequena, sendo que não havia fila para entrar! Foi um alívio porque tinha receio de não conseguir ver nada e ser um esforço em vão. Mas sabia que valeria a pena pelo que tinha lido no meu guia, e o Duomo não desiludiu, bem pelo contrário, foi provavelmente das coisas mais bonitas e magníficas que já vimos! Impressionou até à espinha com os vitrais, os frescos, as capelas, e os painéis no chão em mosaico que estão cobertos a maior parte do ano para evitar que se degradem, e são expostos apenas nesta época de Verão. 

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Ao sair percorremos várias ruas de comércio local e tradicional e não resisti a mais não sei quantas compras!

Descemos uma rampa vertiginosa até à Piazza del Campo, onde vemos o Palazzo Comunale e a Torre dei Mangia. Apesar do calor insuportável a piazza estava cheia de gente nas esplanadas ou a fazer selfies no meio da praça! Nesta altura o calor começava a ameaçar quebrar-nos e voltámos às ruas de sombra que percorremos por mais algum tempo até decidirmos que já ninguém se aguentava nos pés. Apanhámos um táxi na paragem e voltámos à estação e ao comboio até Florença.

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Umas horas depois de descanso e banhos intermináveis voltámos a sair para o último jantar! Escolhemos um restaurante da nossa rua com bom aspecto que estava sempre cheio e fizémos a última asneira da viagem! Por toda a cidade os restaurantes divulgavam um prato de "Bisteca" que era uma mega costeleta para duas pessoas. Eu e a minha mãe arriscámos e arrependemo-nos....é que não nos passou pela cabeça que aquilo viesse quase em sangue, sem tempero algum, nem sequer sal, e com batatas que deviam estar cozinhadas desde a hora de almoço! Ou foi muito azar, ou o restaurante não era assim tão bom! A salada de legumes grelhados que pedimos à parte foi o melhor do jantar; Regressámos ao hotel e estivémos algum tempo no bar, que estava aberto só para nós, e portanto foi gargalhada de meia noite. Quando íamos subir para o quarto a luz foi abaixo na cidade, estivémos uns 3 minutos completamente às escuras e depois voltou.... o cansaço congelou-nos o cérebro e arriscámos ir de elevador mesmo assim; podia ter corrido bem mal mas depois de dois solavancos inesperados o elevador lá parou no andar certo... Ao chegar à porta lembrei-me que a chave tinha ficado na recepção e portanto desci cinco andares a pé e voltei com a chave pelo mesmo caminho depois de o recepcionista da noite ter exclamado um "Mamma Mia" pelo susto que lhe preguei ao aparecer pelas escadas atrás da recepção!!!

 

continua...

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I'm not done changing

por Catarina, em 24.08.17

Vira e mexe e volto ao mesmo sítio.

 

Dizem que tudo é cíclico, o mundo, tudo.

 

Acho que também sou cíclica... volta e meia estou no mesmo impasse, a questionar as mesmas coisas, a pensar nos mesmos problemas, a reflectir as mesmas questões sem fazer nada, sem tomar qualquer decisão, sem mudar nada ainda que me sinta num impasse. Na confusão do meu cérebro fico quieta e espero que tudo passe; espero o momento oportuno em que algo de bom vai varrer da minha mente tudo o que me está a consumir. 

 

E isto repete-se...e repete-se. 

 

Por vezes acho que o pior é eu saber as respostas...lá no fundo sei as respostas; Mas essas não me servem, não estou completamente confortável com elas, prefiro ignorar, tomá-las por incertas, fingir que não sei.

 

Ultimamente tenho pensado que precisava de mudar algo na minha vida; Não sabia o quê, mas sentia que estava a estagnar...em tudo, e não tudo de forma positiva.

 

Ontem chamaram-me à sede; Pensei que era um assunto, afinal era outro.

 

Têm planos para mim, muito diferentes do que esperava.

 

Bons planos para me fazer crescer enquanto profissional, para me abrir horizontes; Trabalhar noutros projectos, assumir mais responsabilidades, trabalhar com outras pessoas; Algumas dessas já conheço e gostei da ideia também por isso.

 

O problema? Vou sair da minha zona de conforto... Do meu spot de estimação nos últimos dois anos; Do espaço que já conheço tão bem que me lembro do antes e do depois; Deixar a minha secretária só minha, carregada com a minha pilha de livros, a minha caneca, a caixa do chá, o meu segundo ecrã, o meu tabuleiro de papéis, a minha parede com cartazes colados, a minha equipa mais querida!

 

Quando me disseram senti o chão a fugir...gritei para dentro "Nãooooooo"; Depois tive de admitir que era o melhor para mim.... sair da rotina e do espaço de conforto, encontrar novos desafios para superar. Acabei por pensar que alguém tinha decidido mudar algo por mim e a isso chamo destino.

 

Vai doer à brava, mas sei que vou fazer um esforço para encarar isto da forma mais positiva possível. No fundo sei que pode ser bom.

 

 

 

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Nós por aí #6 - Florença (II)

por Catarina, em 24.08.17

Dia #3

 

Um mês antes da partida, e com medo de evitar grandes filas de espera, tinha comprado os bilhetes para a Galeria Uffizi, uma das maiores atracções da cidade. Esta galeria figurava nos meus planos há muito tempo, desde as aulas de História de Arte, uma vez que alberga a grande maioria dos quadros renascentistas, medievais e maneiristas que estudei. Para ajudar à festa no dia da nossa visita era inaugurada uma exposição com obras de Leonardo da Vinci incluindo o quadro Adoração dos Magos finalmente restaurado.

A galeria está instalada num palácio construído a pedido de Cosimo I de Médici (uma das principais famílias Florentinas e patronos artísticos) para albergar os gabinetes de ofícios (uffizi em italiano antigo segundo li).

A nossa visita estava marcada para o meio dia e meia, porque na minha ignorância achei que a maioria das pessoas tentaria os horários mais cedo. Saiu-me só tudo ao contrário. Fomos até lá de manhã cedo para conhecer as ruas envolventes; é uma zona muito simpática da cidade que me lembra o Bairro Gótico de Barcelona.

 

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Apesar de os bilhetes estarem comprados e terem sido bem caros, ainda tinha de ir para a fila trocar o voucher pelos bilhetes em si; rapidamente percebi que seria uma longa jornada até entrar na galeria e fui-me munindo de coragem e força nas pernas. Depois da fila para levantar os bilhetes ainda veio a fila para entrar na porta da galeria (quem não tem os bilhetes pré-comprados enfrenta filas de muitas horas sujeitas ao "stock" disponível), depois uma fila de controlo de segurança, depois um torniquete para o bilhete, mais uma infinita escadaria e um novo controlo ao bilhete. Trocado por miúdos quando chegamos finalmente lá acima já passou mais de uma hora e estamos estafadas capazes de nos atirar ao chão em qualquer canto. A galeria em si, pelas obras que tem, e pelo edifício que é vale muito a pena a visita, claro, mas a empreitada para lá chegar, a falta de organização gigante por parte dos trabalhadores da galeria, e os constantes chicos-espertos a furar filas tiram uma pessoa do sério e quase me arrependi de ter lá ido! A quem quiser ir deixo o conselho: esta é uma atracção que não conhece época baixa portanto escolham logo o primeiro horário da manhã ao reservar o bilhete, levem um farnel e água, calçado confortável, e não façam grandes planos para o resto do dia!

 

No nosso caso, com a partida que os bilhetes do Duomo nos pregaram na véspera o dia ainda não tinha acabado. Comemos rapidamente e voltámos ao hotel para descansar umas horas ao fresco. À hora marcada fomos para o Duomo, para a porta que nos tinham indicado e descobrimos que havia mais uma fila! Sem grandes surpresas lá me pus a jeito, ao sol, a marcar o lugar, até que uns minutos após a hora marcada um senhor pouco simpático veio verificar os bilhetes e deixar entrar pequenos grupos à vez. Estranhei a falta das filas gigantes na porta principal, mas ainda não me tinha caído a ficha até entrar! Então é assim: na véspera, para poupar tempo tínhamos comprado os bilhetes na máquina automática, mas esta só vende o pack completo: Duomo, campanário, batistério, e a subida ao campanário tem de ser reservada com hora marcada. Fizémos tudo na máquina e depois confirmámos com uma senhora no guichet, mas não ficou bem claro que a igreja não estaria disponível para visitar àquela hora que aparecia nos bilhetes. Para ver a igreja e o batistério teríamos de ir para a fila e esperar a vez, a uma qualquer hora do dia, e apenas para o campanário tínhamos hora marcada, que nem sequer foi cumprida! Acabámos por ver a igreja no momento em que entrámos para o campanário, apenas por uma porta lateral, e depois saímos sem subir porque a minha mãe levou de Lisboa um pequeno problema no joelho e subir milhentos degraus não estava no programa. Contentámo-nos com o batistério, um edifício redondo, lindíssimo, todo decorado em talha dourada, e que compensou a desilusão que tivémos do interior do Duomo que é bastante despido em comparação com outras igrejas italianas.

 

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Como sempre nestas viagens há os dias "sim" e os dias "não" e este foi aquele em que tudo nos saía torto! Depois da curta visita sentámo-nos numa pastelaria fabulosa do outro lado da praça para lanchar e refrescar. Não me lembro do nome dos doces que comemos, tirando a prima D. que comeu um canollo, e bebemos todas um chá gelado maravilhoso. Claro que numa pastelaria com aquele aspecto e aquele serviço de criados fardados devíamos ter adivinhado a conta! Se se consome ao balcão o valor é um, o que vemos escrito, se for numa mesa, o valor é outro e não está escrito em lado algum....assim pagámos só 10€ pelo lanche, cada uma, mas uma vez não são vezes e voltava lá na maior! Para acabar o dia fomos até às ruas de lojas e fizémos mais compras do que contávamos (o que a partir desse momento significou que a bagagem iria para o porão no regresso).

Terminámos a jantar um wrap e um smoothie num bar vegan com esplanada na Piazza Santa Maria Novella, já bem perto do hotel.

 

continua... 

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Reading #14

por Catarina, em 23.08.17

Primos, Virginia Hamilton

 

Antes de ir de férias, numa ida rápida à arrecadação trouxe de lá este livro da minha infância ou juventude e apeteceu-me relê-lo.

Conta a história de três primas e dois primos pelos olhos de Cammy, uma miúda de cerca de dez ou onze anos, sensível, doce, e que tem um amor enorme pela avó, a mãe e o irmão, e um profundo ódio pela tia e a prima direita, que é simplesmente perfeita! O livro transborda de amor até ao dia em que uma tragédia completamente inesperada obriga as personagens a lidar com a dor e a perda. 

Quando o li em pequena pensei que era um livro triste, mas agora tive outra perspectiva, achei o livro lindo e de uma profundidade emocional que não estava preparada para ler em pequena.

 

 

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As palavras que o vento não leva

por Catarina, em 21.08.17

As palavras são um problema.

São um problema porque quando saem cá para fora já não há como as conter.
E nem todas são boas e bonitas; Algumas são más, são feias.
Essas são um problema.
Depois de ditas não podem ser retiradas.
Depois de ouvidas não serão apagadas.
Há aquelas que podem vir a ser esquecidas, mas outras ficam eternamente na caixa das coisas que ouvimos e não esquecemos.
E quando não as esquecemos elas doem; Criam um buraquinho que vai crescendo até ser um furo profundo que nos dói cá dentro.
 
Ontem não era isto que gostava de ter escrito. Gostava de ter escrito linhas mais bonitas, com palavras mais felizes, que deixassem transparecer sentimentos bons. Mas as coisas são o que são, e até passar, estas são as palavras que tenho.
 
O defeito pode ser meu, mas não sou instantânea, nunca fui. Se me magoam, fico magoada. Se me fazem feliz fico feliz. Os sentimentos duram muito mais do que simples segundos; não consigo ser como as pessoas que esquecem no momento a seguir. Não sou. Não esqueço. Por isso seria muito mais fácil evitar…como se diz das desculpas: não se pedem, evitam-se, porque as palavras depois de ditas não desaparecem no ar.

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