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Reading #13

por Catarina, em 12.08.17

Um dia naquele Inverno, Sveva Casati Modignani

 

Sveva Casati Modignani é uma das minhas autoras preferidas de sempre e adoro as suas personagens femininas fortes e dinâmicas, capazes de mover montanhas, encantar e seduzir. Nos meus livros preferidos constam Baunilha e Chocolate, A Siciliana, A Viela da Duquesa, entre outros tantos que também admirei.

O que me atraiu neste livro foi o facto de ser passado entre Milão e o Lago Como e, tendo visitado esses locais achei que seria uma leitura interessante por conseguir visualizar melhor e imaginar os espaços.

Gostei da família Cantoni e das personagens cujas vidas vão sendo contadas mas achei que no triângulo principal faltava mais profundidade, mais detalhes e descrições mais complexas. Gostei do final, embora fosse sempre agridoce, mas percebo que não poderia ser de outra forma mas não deixa de ser algo desenxabido.

A história no fundo parece um tanto ou quanto inverosímil, e não foi um livro muito marcante; faltou-me um enredo mais completo e intrincado a que estava habituada nos livros desta autora e acabei por me deparar com uma história um tanto ou quanto previsível nas várias fases que ia lendo.

 

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Nós por aí #6 - Florença (I)

por Catarina, em 11.08.17

Dia #1

No dia da partida dormimos pouco e saltámos da cama bem cedo para chegar ao aeroporto antes das 2 horas recomendadas uma vez que se andavam a ouvir notícias de grandes atrasos no controlo de segurança.

Como fomos cedo não havia atraso nenhum e tivemos tempo de sobra para tomar o pequeno almoço e comprar revistas. 
 
O voo em direcção a Bolonha teve a desvantagem de estar supostamente a funcionar com menos tripulação que o necessário pelo que não serviram refeições a bordo e levamos apenas uma embalagem com um snack. Da revista só consegui ler dois ou três artigos porque adormeci em menos de nada! 
O voo que saiu atrasado acabou por chegar na hora marcada e na saída ainda almoçámos antes de apanhar o autocarro que nos iria levar a Florença.
 
Pausa para dizer que o calor nesta terra faz o Alentejo parecer fresco! Sabíamos que estaria quente mas não vínhamos a contar em apanhar quase 40 graus todos os dias. Isto criou logo limitações aos nossos planos turísticos. 
Se andar muito num só dia já custa imaginem com estas temperaturas... a sensação térmica é que estamos numa casa de banho fechados após um banho de imersão de longas horas! Apesar da pouca humidade no ar temos a sensação de estar peganhentas a todo o momento e andamos constantemente a levar choques térmicos porque os locais fechados estão a uns 20 graus no máximo!
 
A primeira impressão de Florença era que tínhamos chegado ao tarrafal, a segunda era que a canalização da cidade deveria estar prestes a explodir tal era o cheiro a esgoto que envolvia o ar junto à estação ferroviária de Santa Maria Novella. O nosso hotel ficava a meio caminho entre a estação e o centro e depressa descobrimos que estava bastante bem situado e tínhamos comércio em quase todas as portas e restaurantes também não  faltavam.
 
Chegámos por volta das 16h, bem no pico do calor e aproveitámos para refrescar e descansar umas horas. Ainda assim a excitação não permitia grandes paragens e fomos dar uma volta até  à  Piazza Santa Maria Novella e à zona de lojas mais central. Na piazza havia música ao vivo todas as noites e foi onde comi os melhores gelados desta viagem!
 

 

 

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 Dia #2
 
O primeiro dia estava reservado para conhecer o centro e começámos com a visita à  Basílica de Santa Maria Novella onde estavam a decorrer obras de restauro e onde podemos ver frescos do período gótico e do início do Renascimento de Ghirlandaio e do seu aprendiz Michelangelo, de Filippino Lippi e ainda o crucifizo de Brunelleschi. Esta era uma das igrejas que tinha estudado em história de arte e sobre as quais tinha mais curiosidade.
 

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Ainda de manhã  fomos até ao Duomo mas para não variar as filas eram intermináveis e optámos por comprar o bilhete para o dia seguinte e evitar a espera. Para aproveitar o que restava da manhã seguimos pelas ruas do centro até ao Mercato Centrale onde para além do comércio alimentar no seu interior existe um mercado ambulante no exterior onde há muita bugiganga, écharpes e artigos de pele para comprar, e regatear para quem tiver paciência.
Almoçámos ali por perto provavelmente a melhor salada César que já comi na vida no Coffee&Kitchen.
 

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Na hora do calor recolhemos ao hotel e só saímos perto das 18h para visitar uma das exposições mais giras que já vi na vida...e eu já vi muitas! Já quando fui a Milão achei que os italianos eram exímios nesta parte e desta vez só confirmei a primeira impressão.

Como sempre me apaixonou o mundo da moda, e como esta era uma viagem "de gajas", descobri que existia junto ao rio um palacete onde se instalara a fundação Salvatore Ferragamo, e que continha uma exposição sobre o regresso do criador a Florença, em plenos anos 20. A exposição retratava através de quadros, mobiliário, têxteis e outras peças a cultura que se vivia à época e estava organizada e "maquetada" como se estivéssemos sempre a bordo de um navio, no qual o criador fez a viagem de regresso. Não é das principais atracções da cidade mas foi para mim das melhores, e recomendo a quem tenha interesse pelo tema, já que é um dos poucos locais na cidade onde se circula sem que o nariz tropece num selfie stick!

 

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Para fechar o dia com chave de ouro seguimos até ao rio e fomos conhecer a famosa Ponte Vechio onde hoje estão instaladas as ourivesarias da cidade, e que conserva as estruturas originais e um ar de medieval!

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continua...

 

 

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Desde que me lembro de existir que sempre fomos à praia verões inteiros. Costumo dizer por brincadeira que era a primeira a chegar e a última a sair!

No final das aulas a minha mãe inscrevia-me na praia com a escola, penso que seria no final de Junho, princípios de Julho. Por vezes depois disso ainda fazíamos as duas umas semanas na Costa da Caparica antes de seguir para as férias em "família" em Palmela.

Da Costa recordo muita coisa boa! Era totalmente diferente dos anos 90 para a actualidade e tenho pena que tanto se tenha perdido.

Em Palmela dividíamos o Verão entre a Arrábida e Tróia e assim foi até aos meus 14 anos.

Nessa época começámos a ir para o Algarve, Alvor e Praia da Rocha principalmente.

Adorava a vida que ali existia, especialmente à noite, tão diferente da zona de Setúbal a que estava habituada!

Isto para concluir que a "minha" praia começava na linha e ia para sul, nunca para norte...

 

Há uns 10 anos atrás começámos um caminho sem retorno, o do oeste. Foi então que descobrimos que a praia no oeste tem muito que se lhe diga. Aprendemos que existe um artefacto chamado corta-vento ou pára vento, que é tão ou mais importante que o chapéu de sol, e que permite que uma pessoa se possa instalar numa praia desta costa sem comer um bife de areia.

Nos primeiros anos achávamos a água fria; Fria nem era bem a palavra, mas colocar lá um dedo equivalia a tremer os queixos no segundo seguinte portanto gélida seria mais o termo.

Com o tempo habituamo-nos; Tudo é mais calmo, há menos gente e confusão, tanto na praia como nas vilas, mas não deixam de ser locais vivos e animados. Hoje sei que já não troco este oeste e terei de voltar sempre, nem que seja por pouco tempo.

No saco da praia vai constar sempre uma camisola, ou uma t-shirt, e no porta babagens o corta-vento ocupa o lugar predominante, mas é neste oeste agreste que por agora nos sentimos bem.

Por aqui também é raro encontrar um dos cinquenta e sete vendedores de bolas e berlim que assolam todas as praias do algarve, portanto se não houver bar toca a embalar uma marmita!

Mesmo havendo bar, revistas pode ser mais difícil portanto um livro ou dois, ou uma revista ou um caderno, nunca é demais.

"Contas feitas" e não dá para levar um saquinho para a praia...é bom é investir logo numa mega cesta ou numa cena com rodas porque se forem mais de duas pessoas temos:

- 2 chapéus de sol

- 1 corta vento no mínimo

- geleira com a marmita

- toalhas de praia

- cremes e afins

- livro(s), revista(s), etc..

- raquetes? (está quetinha que com este vento nem vais ver a bola)

 

Depois é só instalar e rezar para que a bandeira esteja amarela. É que avistar uma bandeira verdinha por aqui significa que: ou o mundo vai acabar e deu uma trégua ou o nadador salvador é daltónico; Amarelinho é o melhor que se tira daqui, e o banho convém ser rápido antes que lá fique um mindinho congelado feito lapa agarrado à rocha!

 

Vantagens? Menos malta, menos confusão e um bronze muito mais duradouro que o algarvio, que dá um cor bem bonita mas que nos deixa ao fim de duas semanas após regressar a casa com aquele ar de lula encardida.

 

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Nós por aí #5 - Mértola

por Catarina, em 09.08.17

No regresso da viagem pelo Sotavento Algarvio (aqui), indicaram-nos uma praia fluvial nas Minas de São Domingos e resolvemos fazer um desvio no percurso para conhecer.

Eu nunca tinha experimentado uma praia fluvial e não fazia muita questão; dizia sempre que tinha medo, que não ia gostar, que era perigoso e sei lá mais o quê! O M. insistiu até me moer o bicho do ouvido e quando uns vizinhos campistas nos deram a dica pensei "bora lá resolver este tema!".

Saímos de Cabanas em direcção a Vila Real e fizemos uma curta paragem em Castro Marim; Sem perder tempo seguimos pela nacional até Mértola, conscientes do calor que fazia e que ia piorar com a aproximação da hora de almoço! Ainda visitámos umas ruas, um atelier de tecelagem (adoro este tipo de trabalhos!), e a torre do castelo com uma exposição sobre a história do castelo e a sua reconquista. 

Como o calor não dava tréguas arrancámos para as minas e encontrámos um local bonito e bem arranjado com infra-estruturas decentes. 

Estava cheio como seria de esperar, e era quase impossível colocar um chapéu de sol, até porque o piso não era arenoso, mas sim rochoso! A areia servia apenas para tentar tornar a rocha mais macia. Não perdemos tempo e tomámos logo um banho! Não adorei a textura do fundo, mas não posso dizer que fosse horrível como temia; A água era limpa, embora não límpida, e vi um girino minúsculo a nadar, ao contrário das cobras de água que eu também temia! Senti a água doce demasiado pesada depois de várias dias no mar mas não detestei e acho que posso repetir a experiência noutro local....digamos mais fresquinho! Dalí deixámo-nos de aventuras e procurámos no GPS o caminho mais rápido até casa.

 

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Estados de alma

por Catarina, em 05.08.17

Já voltei. Já voltei e tenho muita coisa para contar, até porque ja tinha "coisas" em atraso que queria contar antes de ir! Estive dois dias a recuperar e a mudar a roupa das malas para amanhã seguir para o oeste. Aproveitei e consegui ir pondo a leiura em dia; tenho comentários a publicar, posts por escrever e outros por editar, questões para resolver e decisões para tomar. Energia? Zero. Estes dois dias de pausa parecem ter tido o efeito contrário e sinto-me enfiada numa espiral daqueles moods pesados e negativos, com tendência para o drama, o choro fácil, o stress, a ansiedade, o conflito. Sinto o chão a escapar, as fundações a tremerem, e chateia-me estar nesto "sítio" novamente. Mais uma vez vem aquela vontade de estar sozinha em algum local, de fugir, de fazer férias de tudo e todos. Há planos que se adiam muito, outros que nunca se concretizam. Há sonhos que não se realizam, outros que nem se perseguem. Há certezas que não se questionam... mas dúvidas que nunca dissipam.

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A melhor altura do ano para ler...

por Catarina, em 04.08.17

...é no Verão!

Desde pequena que as leituras marcaram os meus Verões; Fazer a mala para ir de férias incluía para além de roupa e coisas essenciais, um saco de brinquedos e uma mochila cheia de livros! Tinha sempre um caderno de actividades para fazer no verão e não esquecer totalmente a matéria, mas o que me entusiasmava era mesmo ler os Cinco, os Sete, as Gémeas no Colégio de Santa Clara, o Colégio das Quatro Torres, o Guarda da Praia, o pack Harry Potter rodo, o livro dos Primos, os livros da âmbar e da presença... Eu ia armada de horas de leitura!

Todos os dias para a praia levava um livro, que lia no barco e depois na praia e depois no regresso. Os meus livros coleccionam areia, papéis de rebuçados, e talvez até migalhas de sandes e não trocaria essa experiência por nada nesta vida.

Depois fui crescendo, os livros foram mudando, outros iam-se repetindo, sempre gostei muito de reler livros, é quase como voltar a um local onde fomos felizes!

Agora que estou prestes a encarar umas semanas de férias levo comigo estes:

 Ando com sede de Isabel Allende por isso resolvi reler o Eva Luna (um dos meus livros favoritos de sempre) antes de embarcar nos contos.

 

 Vi a série espanhola e fiquei encantada! Antes disso a minha mãe já o tinha lido e eu tinha ficado com ele na ideia, outra dia aproveitei e trouxe-o comigo.

 

 A minha compra mais recente. Já li dezenas de livros da Sveva, gosto sempre, de uns mais do que de outros, mas este chamou-me a atenção por ser passado entre Milão e o Lago Como, locais que vi de perto recentemente.

 

No campo dos técnicos levos estes dois debaixo do braço: o primeiro é minorca, livro de bolso autenticamente com letra de lupa, e o segundo uma bíblia que vou ler aos poucos.

 

 

Parece muito?! Eu leio à velocidade da luz e já cheguei a ir de férias e acabar os meus livros e ter de ir comprar outros ou ficar com o que a minha mãe tinha levado! Mas não conto voltar com isto tudo lido...até porque vou ter duas feiras do livro por onde divagar e a probabilidade de adquirir mais algum é elevada!

 

 

 

 

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Nós por aí #4 - Tavira

por Catarina, em 02.08.17

Tavira impressionou-me tanto que teve direito a um post só para ela! Se calhar ajudou a esta impressão o facto de ter ido reencontrar uma amiga do secundário que me apresentou a cidade toda a pé numa noite de verão muito agradável. Tivémos a sorte de a ter como guia pelos recantos e miradouros e ir sabendo pormenores deste ou daquele espaço.

Não consigo reconstruir a volta como a fizémos com ela, até porque íamos pondo a conversa em dia pelo caminho e tirámos zero fotos! No dia seguinte voltei lá ao fim da tarde para rever tudo com mais calma à luz do dia, e como a feira do livro só abria à noite ainda voltámos na véspera de ir embora só para dar mais uma volta!

Fiquei fã da zona do jardim do coreto, junto ao rio e emoldurada pela ponte Romana e pela ponte militar; De dia a luz é incrível e à noite a iluminação faz com que seja um espaço muito simpático. Ajuda muito a temperatura que lá se faz sentir e há muita oferta de espaços para um gelado ou uma bebida. Subimos aos miradouros, decobrimos que a cidade tem um número de Igrejas fora do comum e está no topo das cidades europeias com mais Igrejas!

Adorei os gelados do quisque Muxagata, aquele caramelo salgado com chocolate temperado crocante é qualquer coisa divinal e gostei muito do comércio mais fora do comum com um atelier de prata, onde conseguimos ver o processo de produção e a loja de cerâmica de artista, onde não resisti a ir às compras. (A senhora da loja não sabe mas quando fechou às 23 horas eu ia a caminho de lá novamente para ir buscar mais coisas depois de uma passagem pelo multibanco - fiquei um pouco frustrada e disse para mim que numa próxima não demoro nem mais um segundo!!!)

 

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A cultura da estabilidade

por Catarina, em 01.08.17

Ler o blogue da Madalena de que falei aqui fez-me pensar na coragem que é preciso para arriscar uma mudança na vida. A pessoa habitua-se ao que tem como certo, o dia-a-dia, o trabalho, a família, o namorado, independentemente da ordem e da prioridade, e pensar em quebrar essa rotina pode ser quase um choque.

 
Durante quase três anos estive profissionalmente ligada ao tema do empreendedorismo; Deixou de ser um palavrão estranho para passar a ser um novo mundo de aprendizagem.
De tudo o que aprendi recordo aquilo com que mais me identifiquei: a cultura da estabilidade. Os portugueses sonham com a estabilidade pessoal e profissional, com um emprego fixo e certo, com uma casa, com um carro, etc; No geral lidam mal com a instabilidade e com a incerteza ou a insegurança que vêem com o correr o risco. identifiquei-me muito com isto porque partilho desta cultura e procuro viver desta forma, com certezas, com seguranças e também com as consequências que daí advêm.
 
Há uns meses uma colega dizia-me que não via a hora de conseguir deixar a empresa para abrir o seu atelier de design e trabalhar por conta própria. Eu disse para mim “nem morta”; Por todos os motivos, por adorar a minha empresa, a sua cultura, o meu trabalho, os projectos e os colegas; E também, ou mais ainda, por detestar a ideia de trabalhar por conta própria, a incerteza de projectos, a certeza de clientes maus pagadores, a certeza da minha falta de paciência para lidar com clientes pouco dados à cultura visual e com quem eu teria de falar noutra “língua”… Nada me atrai nessa forma de trabalho a não ser a liberdade de horários, mas nem isso me faria mudar de ideias. Já para não falar das papeladas, das finanças e da segurança social, dos impostos e da carga fiscal e burocrática sufocante nesta terra!
 
Outro dia em conversa com um amigo de uma amiga este contava a sua experiência como guia turístico freelancer e dos pontos bons eu ouvi pouco, porque ele incidiu muito mais nos negativos; Na forma como o seu emprego é instável, como trabalha quase apenas seis meses no ano, e esses meses são passados muitas vezes longe de casa. Contou também como é a relação com os clientes (as operadoras turísticas) e todos os diversos problemas que tem com uns e outros, já para não falar na psicologia dos grupos de turistas… Pensei para mim que este não deve ser um emprego nada agradável, pelo menos para a minha forma de ser, sei que não dava para mim! 
 
O país tenta estimular o empreendedorismo e as novas ideias mas esquecem-se todos que estamos num país de velhos, em espírito e não necessariamente em idade, que vivem pelas regras e conceitos de outrora mais que ultrapassados e estrangulam uma boa parte do espírito empreendedor e da resiliência. Há muitos bem sucedidos, que sei que há, mas também há muitos que não aguentam, que afundam. Desses ninguém fala, talvez para evitar o contágio de uma “nuvem negra”, mas esses são tão importantes como os outros. Há muitas razões para falhar, e outro problema comum dos portugueses é o medo do erro, o medo desse erro ficar mais conhecido do que o sucesso que o possa ter precedido. O medo é lixado, e nós por cá somos peritos em encontrar a justificação para o erro, e dizer que isto ou aquilo não resultou porque aqui d’el rei choveu uma carga de água. Temos sempre a tendência de justificar, de desculpar, e até de sacudir a água do capote e com isto acho que nunca aprendemos realmente nada de novo.
 
 

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