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Coming back

por Catarina, em 27.08.18

Regressei, doeu. Estranhei, depois entranhei.

 

Fiz do fim-de-semana quase tudo o que podia! Estiquei-me para chegar a todos os cantos. Aproveitei o melhor que consegui. Descansei, conversei, saí e entrei, voltei à praia, comi saladinhas e bebi litros de chá frio. Não fiz muitos disparates no que toca a comida, e fui à praça no domingo. Quando era miúda ir à praça significava um tour em família com a minha avó a correr as bancas todas para encontrar o melhor peixe para a caldeirada. Basicamente, era uma seca, e a praça de Setúbal era enorme aos meus olhos! Hoje em dia ir à praça é um programa que gosto de fazer. Mesmo acordando tarde e chegando lá ao meio dia, encontro tudo o que quero, e tenho imensa vontade de comprar coisas boas. Também me dá a sensação de menor desperdício; Consigo encontrar o que quero, trago a quantidade que quero, e levo um saco grande para ir arrumando tudo. Ainda não cheguei ao meu objectivo que é lembrar-me de levar também os sacos pequenos para separar a fruta.... já é uma sorte lembrar-me dos grandes com esta cabeça de nabo que tenho.

 

Hoje o despertador tocou às 7:20. A minha vontade de sair da cama era nula. A de começar um novo projecto ainda menor. Mas cá estamos.... O fim de semana deu-me o alento que não tive a semana passada. Relembrou-me certezas, explicou-me porque fiz certas escolhas e porque as mantenho, e dissipou-me algumas dúvidas que tinha em nuvens sobre a cabeça.

 

Este ano não está a ser o que esperava. Está a por-me à prova e eu estou a aguentar-me mal nas curvas. Como tenho o cérebro formatado para começar o ano em Setembro, por estes dias os pensamentos são mais de balanço do que vivi desde Janeiro até agora, e como endireitar o barco até ao final do ano a sério! Muitas coisa nesta cabeça, como sempre... Deixei o yoga onde ia porque não estava a encontrar tempo para lá ir. Deixei a hidroginástica pela mesma razão e mais qualquer coisa. Mas não quero voltar a estagnar, portanto tenho de pensar em alternativas. Já sei por esta altura que vou falhar alguns daqueles "planos" de ano novo, mas quero, para mim própria, justificar essas falhas com alterações nos planos que acrescentem valor. Talvez seja ambiciosa, mas gosto de viver com sentido, com plano, com caminho definido, sabendo que aproveitei e fiz tudo o que queria ou que podia. Vou trabalhar nisto por agora.

 

 

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404 - Brain not found

por Catarina, em 22.08.18

Fim de férias. Por acaso foram fraquinhas, não o que tinha imaginado, não como precisava.

 

Regressei ao trabalho; intenso como de costume. Segunda feira parecia que me tinham feito um reset ao cérebro, passaram quase duas horas até sentir que estava a conseguir fazer alguma coisa de jeito... lento mas que se aproveitasse. A sensação de productividade zero não dá para mim... causa-me ansiedade.

 

Tal como tudo na vida, umas férias por melhores que sejam (ou fraquitas vá...) não anulam tudo o que deixamos para trás. Só nos fazem um shut down, não nos deixam pensar no que não queremos, mas no regresso a realidade dá-nos aquela chapada na cara!

As consultas não se marcam sozinhas, os exames não se fazem por vontade divina, o trabalho não acabou, não reduziu e não abrandou. Os problemas não se resolveram, as mudanças não se fizeram, nem as limpezas de verão ao roupeiro! O frigorífico também não passou a fazer refill por obra do espírito santo, o carro não vai à oficina em cruise control e o que está cá dentro não se remendou sozinho. Estava só tudo em stand-by e agora está só tudo para pôr mãos à obra e fazer acontecer.

 

Energia: zero.

Vontade de mexer uma palha: -1.

Vontade de dormir até 2019: 10.

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O segredo do tempo

por Catarina, em 08.08.18

Quando entro de férias fico instantaneamente com “tempo”; no limite espero um dia ou dois, entre mudar de poiso e arrumar a tralha até estabilizar. Nesse momento fico com tempo e quero fazer tudo nesse tempo. Quero dormir até tarde e acordar cedo, tomar o pequeno almoço cedo e caminhar, cedo; Quero ir para a praia e para a piscina; Quero ler ao sol e à sombra, e quero dormitar como se tivesse tempo. Quero ir à água, dar braçadas, ficar de molho. Quero tudo, basicamente. Ainda quero fazer algum exercício ao final do dia, e também quero jantar cedo. Quero deitar-me tarde, escrever, ficar a ler, e no cúmulo levantar-me cedo no dia seguinte.

É um pouco ridículo que o facto de ter tempo acabe por me dar a sensação que o tempo não chega para tudo, e por mais que tente fazer tudo quanto meto na cabeça, algumas vezes sou forçada a escolher. Mas enfim, quando há tempo, a escolha não é mais do que adiar algo até daí a umas horas, ao dia seguinte. 

 

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Palavras quem ficam #2

por Catarina, em 07.08.18

”Também o casamento precisa de ser alimentado, mas faz sozinho o aproveitamento do que lhe damos. Às vezes adoece e tem de ser tratado com cuidados especiais. Às vezes os casamentos têm de ir às urgências. (...) Num casamento feliz, cada um pensa que tem mais a perder do que o outro caso o casamento desapareça. Sente que, se isso acontecer, fica sem nada. É do amor.”

 

”Uma coisa é tomar decisões; outra é cumpri-las. Tomar decisões é bom. Por isso é que tomamos tantas, como bicas. Tomar uma decisão mostra que não só estamos conscientes do que está mal nas nossas vidas, como sabemos a maneira de cortar esse mal pela raiz e, nesse mesmo espaço das nossas vidas, fazer crescer as flores de uma vida nova.”

 

”As pessoas, sejam se que sexo e sexualidade forem, compreendem-se mal. (...)

As mais apaixonadas umas pelas outras são as que menos bem aceitam as diferenças, as incompreensões, os dias zangados e as noites zangadas que apenas servem para nos relembrar que todos nós nascemos e morremos sozinhos. (...)

Os dias zangados são dias de amor. Ninguém se zanga por desamor. O amor sobrevive e continua, como vingança.”

 

In “Como é linda a puta da vida” MEC

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Palavras que ficam

por Catarina, em 06.08.18

“Às vezes encontramo-nos com a cabeça nas mãos. Tudo o que poderia ter corrido bem correu mal. O mundo, que era igual à vida, afasta-se de repente. Distancia-se e continua a existir, como se nada tivesse a ver ou a haver connosco, como se fizesse questão de mostrar a independência dele, mundo, que não existe só porque nos damos conta dele.”

 

”As circunstâncias mudam, as surpresas fazem parte da ordem das coisas e, às tantas, deixa-se de poder pensar ou agir de maneira linear, como quem tem ou não tem; como quem já passou ou ainda vai passar por uma fase; como quem sabe ou consegue adivinhar o que vai acontecer.”

 

”Não se aproveita a fila para fazer telefonemas. Isso tira qualidade aos telefonemas e desprimore o próprio tempo; desrespeita a nossa vida. Faz-se um telefonema como se estivéssemos em casa, com vontade de falar com um amigo.

O pior é que este aproveitamento já deu origem a tantos telefonemas de segunda que já não têm salvação. Ouve-se o ruído do motor e pensa-se logo que aquela pessoa só nos está a telefonar para aproveitar um tempo morto.”

Não há tempo morto. Nem há falta de tempo. Há o tempo e a ausência de tempo. O tempo é a vida. A ausência de tempo é a morte.”

 

in “Como é linda a puta da vida” MEC

 

 

Coisas para matutar nestes dias, quando há espaço disponível no cérebro!

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Sabor a férias

por Catarina, em 05.08.18

Ontem rumei ao oeste para duas semanas de vida Santa!🐚

 

Saí de Lisboa com 43 graus....entrei na a8 com 44; ainda apanhei uns sufocantes 45 até chegar ao meu paraíso e ver o termómetro a baixar até aos 27. Eu gosto de calor, que gosto, mas daquele em que se consegue viver e respirar, do sufocante nem tanto.

 

O lado positivo foi que nem a água gelada destas bandas me impediu de ficar de molho o máximo tempo possível, entre rochas e “pocinhas” de água, tal qual uma lula (e branca como a  dita). Por estes dias espero conseguir pôr a leitura em dia, de preferência deitada na areia, entre o bronze e a sombra. Hoje comecei a ler o “Como é linda a puta da vida” do Miguel Esteves Cardoso, de quem já tinha lido algumas crónicas no Público, e estou a adorar a escrita. Consegue transmitir uma profundidade de sentimentos de forma leve e divertida, mesmo no pior dos temas. Tenho o pressentimento que vou devorar o livro, que é algo que não faço há algum tempo, e que me entusiasma bastante; ultimamente tenho deixado muitos livros a meio, que era algo que há uns anos atrás me dava nervoso miudinho e nunca, mas nunca fazia! Ao mesmo tempo, há umas semanas mergulhei novamente no mundo da Jane Austen, mais precisamente num livro que tem as obras principais compiladas, e que pesa o mesmo que um tijolo e portanto não vai à praia!😅 

 

São só duas semanas, e não vai dar para tudo o que gostaria, mas pelo menos dá para desligar!

 

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Milkshake

por Catarina, em 02.08.18

Ultimamente sou um milkshake.

 

Se calhar não é só ultimamente, sou um milkshake durante uma grande parte do tempo. Nos últimos dias os ingredientes é que estão mais confusos e baralhados.

É mais ou menos como estes dias de Verão, ora faz frio e chuva, ora chega Agosto com todo o seu esplendor para nos assar a espinha. 

 

O meu milkshake por estes dias tem ansiedade de férias, de me ver livre do trabalho e das obrigações, mesmo que seja apenas por duas semanas, e saiba que quando voltar vai continuar a ser em força.

 

Também tem incerteza, litros delas, sobre tudo o que respeita essencialmente o lado pessoal. É sim? É não? É verde? Amarelo? Rosa-choque? É choque, de mudanças certamente. 

 

Com estas vêm uns pedaços de angústia, sempre que os pensamentos se demoram muito pelas bandas da incerteza. Faço? Não faço? Digo? Não digo? Vou? Não vou?

 

Depois para baralhar as coisas vem uma pitada de sentimento de calma, de fim à vista de um dos grandes problemas dos últimos tempos...tema: casa. 

 

Junta-se mais um copo de felicidade, de uma espécie estranha, que não me parece que jogue bem com os outros ingredientes. Nem sei se é felicidade, acho que é mais um sentimento de satisfação, com a resolução de algumas coisas, e com a liberdade tosca que voltei a sentir. Liberdade para ir, vir, decidir, fazer. A liberdade de quem pensa mais a um do que a dois, a liberdade de quem se sente solto, de quem não tem muitos planos para cumprir e que pode começar a desenhar a vida de novo.

 

A polvinhar isto vem aquela tristeza, que dói ali em cima do estômago, que vem acompanhada de falhanço, de tiro ao lado, de erro; Tristeza de quem não sabe o que fazer com a incerteza, com as dúvidas, com a ansiedade, a angústia e com aquele resquício de satisfação mal explicado e pior compreendido.

 

Como diz a minha pseudo-sister: "vai de férias, não penses nisso agora, deixa para depois; e enquanto isso, não o trates muito mal!!"

 

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