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Aquele momento em que...

por Catarina, em 21.09.18

Às duas e tal da manhã, quase três, acordamos com um estrondo enorme e algo a partir-se...

Levantei-me de um salto, seguida pela minha mãe, as duas feitas loucas pela casa em busca da origem do som.... Estremunhadas do sono, quase sem abrir os olhos. Nada no hall, nem na casa de banho, vamos à cozinha a correr....nada. Entro na sala...nada. E pensei, mas como nada? Será que não foi aqui em casa?

 

Um olhar mais atento mostrou-me que um dos quadros por cima do aparador tinha caído, nem é um quadro grande sequer, mas aterrou em cima de um pote de porcelana, que deslizou rumo ao chão...de pedra. E puff, fez-se em chocapic.

 

Estão a ver aquelas cenas tipo patafix para os quadros? Pronto, duram aí uns 4 anos e depois alertem no que há por baixo, ou vão ser vocês a apanhar cacos pela madrugada fora!

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Reading #18

por Catarina, em 20.09.18

Como é linda a puta da vida, Miguel Esteves Cardoso

 

Este foi mais um daqueles livros sobre os quais li uma crítica aqui e fiquei logo entusiasmada! Já conhecia o MEC do Público, mas era uma leitura pontual e nunca me alonguei pelos livros.

Normalmente sou mais de romances do que de crónicas, mas gosto de experimentar tudo, e por vezes descobrir que até gosto de coisas que julgava não gostar.

 

O arranque do livro foi inesperado; Começa com a doença da Maria João, e sinceramente conheço-a (a doença!) tão de perto que não me apetecia assim tanto ler sobre ela. Mas o certo é que até a falar de um cancro, ou de vários, MEC surpreende. Acabei por me apaixonar logo ali pelo livro, pela forma como ele fala das coisas. Daí em diante foi uma leitura muito fácil, pontuada por textos que quis "guardar", aqui e aqui, e por outros que fiz questão de ler em voz alta a quem estava comigo, tal foram as gargalhadas que me arrancaram!

 

 

Deixo as últimas palavras com que "fiquei":

 

"O sonho de escrever é tornar em letras aquilo que só se sente quando se tenta tornar em letras aquilo que se sente ou imagina, não porque se sente ou imagina, mas porque se quer achar em nós próprios algumas coisas que dêm para tornar em palavras."

 

in "Como é Linda a puta da vida", MEC

 

 

 

 

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Soma dos dias

por Catarina, em 19.09.18

Há algumas semanas ficou definitivamente fechado o mal fadado tema da casa. Pela minha parte acabaram as mudanças, ainda que as arrumações possam durar os próximos meses. Sobram três cadeiras para o sótão da avó, e umas caixas aos cantos que ainda não viram luz do dia, assim como a roupa que ainda anda aos saltos entre gavetas, e a estante que tem tantas caixas como livros e uma cesta da praia. Mas agora sei que aos poucos vou voltar a ter tudo arrumado, especialmente quando o tempo mais fresco chegar e eu não tiver tanta vontadinha de laurear a pevide!

 

Se nos primeiros dias estranhei a cama maior só para mim, agora estranho é quando ele lá poisa, e habituei-me lindamente aquele espaço todo para dormir na diagonal! Às vezes bate uma melancolia, como um ventinho que passa de repente e nos arrepia; Ainda ontem fui à tiger buscar canetas e derreti-me por dois segundos na secção de utensílios de cozinha, até ter aquele arrepio que me disse "não vale a pena, já não tens casa para isso!". 

 

Outras vezes também choco com a minha mãe; Já me tinha secretamente habituado a estar sozinha e estava a gostar da ideia; gosto de estar ali outra vez, sabe bem, parece "certo" e estou super confortável, mas às vezes chocamos pois criei alguns hábitos diferentes.. Na segunda feira, porque sabia que no resto da semana não tinha tempo quis cozinhar durante hora e meia para despachar sopa e almoços, e tivémos ali um pequeno bate boca porque ela entendia que eu não devia ir para a cozinha fazer tudo aquilo que lhe estava a dizer porque estava cansada e blábláblá. É mãe, e isso diz tudo!

 

Ontem passei de carro pela alameda da universidade quando ia para casa; Vi os estudantes no relvado e recordei-me de uma reportagem que ouvi no outro dia em que alguém dizia que aqueles eram os melhores tempos da nossa vida. Não me revi nisso, e ontem comprovei que não tenho saudades desse tempo. Posso ter saudades de algumas coisas, da vida boa que tinha, do tempo que tinha para ir a exposições, para ler... Mas não voltaria atrás por nada. Quando olho ao espelho sei que estou mais ou menos onde queria estar. Apenas tenho de ter cuidado, porque tenho uma formatação que me impele a acomodar-me aos sítios e às pessoas, neste caso também ao trabalho onde estou há três anos, e que apesar de o adorar, às vezes questiono-me se não deveria ambicionar novos desafios, outros locais ou geografias. Tenho medo do tempo; Tenho medo de um dia acordar e ver que é tarde de mais, que os dias se atropelaram e a oportunidade passou. Agora, agorinha mesmo, não tenho rendas nem grandes responsabilidades para me prenderem, mas tenho uns grilhões nos pés com toneladas postos por mim, chama-se medo! Medo de mudar, de arriscar, de perder a tão adorada estabilidade. E mais, esse medo cresce com a falta de capacidade que tenho para me visualizar daqui a alguns anos; não consigo encontrar o "sítio" onde quero estar, o patamar, os objectivos. É uma certa falta de foco, de planeamento que me desconcerta. Por isso os dias vão andando, uns atrás dos outros, e eu faço por não parecer que o tempo me escorre das mãos.

 

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Escapou-se

por Catarina, em 13.09.18

Assim de repente, escapou-se-me que este blogue fez 2 anos no dia 5 de Setembro!!!

 

Ainda ontem gatinhava e hoje já aqui vai! Há um ano atrás lembrei-me a tempo, fiz um post bonitinho...este ano, vergonhosamente deixei escapar e só ontem me lembrei, uma semana depois! Este últimos meses andei em falta por aqui, portanto, a ver se no início deste 3º ano da coisa me endireito!

 

Continua a ser um prazer andar por aqui, partilhar, dar e receber de toda esta comunidade que é o sapo e quem cá está dentro! 

 

 

 

Ilustração aqui

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Tiro ao alvo à portuguesa

por Catarina, em 12.09.18

Este tema não é novo aqui no blogue, e já expliquei porquê; Naturalmente que me é mais fácil falar de algo que me é familiar, um tema que conheço de perto mais do que de outros, de outras classes, que não domino.

 

Ontem a meio de uma bela tarde de praia deparei-me com uma notícia do público e outra no observador (os nomes estão com minúscula porque não reconheço a nenhuma das fontes o mérito para a maiúscula).

 

O tema: salários dos professores;

A origem: teoricamente um estudo da OCDE sobre e estado da Educação em 2018 (Education at a Glance 2018);

O objectivo: mais um ataque e uma difamação gratuita da classe docente, que os media não se cansam de humilhar continuamente e que chega num timing muito conveniente ao nosso governo que está em braço de ferro com os sindicatos sobre o prometido descongelamento de carreira, que afinal para António Costa é só dar um calorzinho, e não um descongelamento integral e justo. Promessas, de facto leva-as o vento.

As manchetes: "Professores ganham mais 35% do que a média dos trabalhadores qualificados" (público) e "Professores portugueses são dos mais velhos da OCDE e recebem mais do que outros licenciados" (observador);

 

Algumas notas sobre o estudo, que ainda não consegui ler todo mas que já consultei: 

- os dados têm várias fontes, naturalmente, e vários anos: alguns de 2015, outros de 2016, 2010, etc. o que torna difícil a interpretação de resultados e pode suscitar comparações em condições pouco equivalentes: vários anos de dados, diferentes países e continentes e realidades e contextos;

- no que toca a salários, compararam-se valores em euros, libras e dólares;

- uma nota no indicador C7 do estudo ressalva:

The salary cost of teachers per student is estimated based on values for statutory salaries of teachers after 15 years of experience and the most prevalent qualifications (see Indicator D3), theoretical instruction time of students (see Indicator D1) and statutory teaching time of teachers (see Indicator D4). This measure may differ from the actual salary cost of teachers, as a result of the combination of actual average values for these four factors.

 

É no mínimo curioso que num relatório tão extenso, que foca tantos temas pertinentes da educação, os media escolheram focar-se num só, aquele que inflama mais a sociedade e que provavelmente é mais conveniente a alguns órgãos. Mais do que isso, pegaram nos dados, baralharam e deram de novo conforme lhes interessou.

 

Portanto à pseudo-imprensa uma questão: O que é que os media em portugal têm contra a classe docente?

 

Desde o tempo da não saudosa Maria de Lurdes Rodrigues que os meios de informação têm ajudado a denegrir a imagem da classe perante a sociedade e especialmente perante os pais e encarregados de educação esquecendo que em última instância são esses profissionais que formam e até educam os jovens para o futuro.

Quanto à tabela salarial é pública e pode ser consultada não havendo razão para publicar deliberadamente informações incorrectas, a não ser dar continuidade a acções de calúnia. Tanto quanto sei, em teoria pelo menos, a função dos media é informar, de forma isenta, e não redigir ataques gratuitos encomendados que transbordam em segundas e terceiras intenções. 

 

Depois resolveram atacar a comparação entre professores e outras áreas dentro da função pública, que do que já vi do estudo não encontro relação ao tema no mesmo e que levantava ainda mais questões se fossem notícias sérias. Se quiserem fazer o trabalho de casa vão ver quanto gastam os professores que trabalham deslocados de casa, vão fazer contas às suas vidas, aos gastos de ter duas moradas e/ou de percorrer quilómetros diariamente, e vão ver que ao contrário de certos gabinetes estes não têm ajudas de custo, nem motoristas nem nada que se pareça levemente com uma compensação;

Mais, aproveitem o t.p.c. e vejam também o desgaste a que a profissão está sujeita, físico e mental, e comparem com outras funções a que já compararam os salários, para verem se é equivalente. Já nem digo para verem as condições de algumas escolas, e o trabalho que é feitos nestas apesar disso, porque gente que escreve lixo deste não merece passar das portas para dentro.

 

Só posso com isto concluir que há meios de comunicação neste país que não honram a profissão, a ética e o rigor. Que escolhem os dados a dedo, que interpretam livremente e sem regras e que geram propositadamente notícias falsas, baseadas em pseudo-verdades que nem eles próprios compreendem. Isto será excesso de democracia ou falta de regulação? Afinal somos livres, temos liberdade de pensamento e escrita, e aparentemente não somos chamados à pedra pelas nossas acções, quando como meio de informação, com os recursos que temos à nossa disposição e o alcance que a má informação tem devíamos ser responsabilizados criminalmente por tanta difamação. Danos destes são, mais uma vez, irreparáveis.

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Dias de tudo

por Catarina, em 04.09.18

Há dias que não são bons nem maus, são só dias. São só horas que passam, noite que sucede ao dia e por aí fora. Tempo, em que o relógio anda, em que andamos nós ao ritmo da vida; Dias em que vamos apenas andando; 

 

Há dias mais organizados, em que tudo decorre na calmaria esperada, programada, sem desvios.

 

E há dias de caos, em que tudo sai fora do plano, tudo treme nas fundações, tudo corre para equilibrar os pratos que teimam em cair ao mesmo tempo.

 

Há dias em que o pensamento é organizado, em que conseguimos ter método no que fazemos.

 

Mas também há dias em que qualquer coisa nos ditrai, um reflexo, um gesto, um movimento, um som, um qualquer coisa de nada serve.

 

Há dias em que a vida faz sentido, e tudo está arrumado.

 

E há dias em que nos questionamos sobre tudo, tiramos a tralha das gavetas mentais e ficamos com o monte de tralha no meio da casa, ou da mente, sem conseguir perceber porque ponta vamos começar a arrumar, ou a responder ao problema..

 

Há dias em que só gostaria de ter a liberdade de fugir de tudo e todos, partir sem destino, dar uma volta sem saber onde, não ter de dar satisfações, não ter de responder a convenções; nada.

 

Imagem via pinterest

 

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Uma força maior

por Catarina, em 03.09.18

Há dias em que vivemos a nossa vidinha sem ligar a nada, sem que aconteça algo relevante que marque o dia, vivemos dias em branco; Depois há outros que ficam marcados, gravados cá dentro, ou por algo muito bom, ou por algo muito mau. Há alguns anos tive um dia desses, dos maus, daqueles em que gravámos tudo na memória, não tudo, mas aquele momento. Por maior que seja a esperança, por melhores que sejam as probabilidades, os médicos ou os tratamentos, a verdade é que naquele momento o chão desaparece debaixo dos nossos pés, o mundo gira desgovernado, o coração quer parar de bater com o medo. Depois percebemos que cá dentro há uma força maior, chamada amor, que nos liga à corrente, nos faz ir buscar forças e energias e tudo o que for preciso sabe-se lá aonde. Não paramos, corremos até ao fim, acreditamos.

 

 

Já li o post da m-M há alguns dias; Sei que não posso ser dadora de medula pois tenho anemia crónica (já há alguns anos numa situação semelhante obtive essa informação) mas isso não me impede de espalhar a palavra por onde posso;

 

As condições essenciais para ser dador são estas:

  • Ter entre 18 e 45 anos;
  • Peso mínimo de 50kg;
  • Altura superior a 1,5m;
  • Ser saudável;
  • Nunca ter recebido transfusões após 1980;

Mas como o mundo não é perfeito nem fácil há certas condições que impedem as anteriores como o caso da anemia crónica, doenças oncológicas, diabetes, hepatite B ou C, doenças auto-imunes, insuficiência renal, entrou outras.

Procurem aqui mais informação, hoje pode parecer algo muito longe, mas amanhã pode ser aqui ao lado.

 

Porque sei que há finais felizes, espero que este seja um deles.

 

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