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O que eu não quero ser quando for grande

por Catarina, em 31.01.19

Eu não sou muito de ver notícias, como já aqui disse várias vezes. Por norma acabo chateada, ou frustrada, ou triste, ou com raiva a ferver-me no sangue. Mas quando a informação me vem parar debaixo do nariz também não consigo sacudir os ombros e olhar para o lado.

 

E tive a infeliz ideia de ver esta pequena peça da Sic, e só posso pensar que o primeiro ministro sofreu de bullying na escola. Não consigo entender como é que esta atitude ainda resiste, este finca pé mesquinho. Continua o desprezo pela classe de tal forma que nem sequer abrem novas negociações. É uma atitude intransigente cujo único objectivo me parece ser estender o tema até ao final do ano e então lá para perto das eleições acenar com uma contra proposta mais generosa em busca de votos. Mas não nos vamos enganar...é só mais um troca-tintas, que acena com ouro e paga em palha. Acho impossível o nível, ou a falta dele, a que chegámos, positivamente ser professor hoje em dia deve ser a pior profissão para se ter neste país. É aguentar e resistir a tanta prepotência junta, a esperança é a última a morrer e eu ainda prefiro acreditar que a luta poderá ter um final menos triste.

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Não sei sé é bem saudade, esta palavra que descreve um sentimento tão português, aquilo que sinto. Mas não encontro outra para o descrever.

Tenho saudades de tempos que já passaram, e que na ânsia de os ultrapassar acho que não aproveitei por completo. Aproveitei muito, mas talvez não os tenha vivido como devia.

 

O tempo de faculdade por exemplo, apesar de não ter nenhumas saudades do meu tempo de licenciatura, tenho saudade do tempo que tinha nessa época e que não reconhecia. Na altura achava que não tinha tempo para nada, mas tinha, e hoje é que consigo ver bem isso. Mas eu tinha níveis de ambição e objectivos lá em cima, queria era despachar aquilo para ir para o mestrado e começar a estagiar. Tinha pressa, tinha sempre pressa! Mas era nesse tempo que eu tinha tempo para visitar museus, para ver as exposições novas, manter-me a par das agendas culturais, e não descobrir eventos em que iria adorar participar depois de já terem acontecido, ou na véspera, ou no dia! Ou pior, muito pior, ter como certo, marcado e firmado que ia comparecer num dado evento que me interessava até ao tutano, e no dia perceber que o trabalho estava demasiado enrolado e não ter forças para lhe virar as costas. Noutros tempos, não tinha certas responsabilidades, que nos roubam o tempo desta forma.

 

Era nesses tempos que conhecia esplanadas, cafés, que estudava e trabalhava nas bibliotecas, que vivia a cidade e respirava outras coisas. Agora dou por mim e "pressa" é o meu nome do meio. Tento convencer-me que estou a trabalhar agora para poder melhorar algo amanhã, que estou a aprimorar-me para poder negociar alguma flexibilidade para esta vida, mas não tenho garantias, nem minhas, de que isso vá acontecer! 

 

Talvez por este misto de sentimentos dê por mim com muita, mas muita frequência a procurar cursos e formações e workshops e coisas.... desculpas para recuperar um bocadinho daquele tempo? Mesmo sabendo que quando me meto numa aventura destas vou comer stress do pequeno almoço ao jantar, não me passa a vontade. 

 

Serão saudades? Será uma espécie de ansiedade pela passagem do tempo? Ou consequência dos tempos mais stressantes? A verdade é que ultimamente levo a vida a "parar" para pensar onde estou, onde quero ir, o que quero fazer, o que acho que pode ser o futuro. Sempre quis uma coisa certa e garantida, e tenho-o. Consegui a minha estabilidade aos 26 anos, sei que podia avançar para outros passos na vida e só não o faço porque ainda não quero nem sinto essa necessidade. Posso estar sossegada da vida e continuar nesta empresa por muitos e longos anos. Mas cada vez mais vou pensando se é realmente isso que quero... Ou se prefiro começar a pensar num plano B, num plano que me dê mais tempo a médio ou longo prazo, que me dê uma vida menos agitada e me faça sentir menos uma bola de ping-pong a saltitar entre clientes. Suponho que este processo também seja crescer, e eu sempre fui muito precoce nesta parte, portanto às tantas isto é só uma crise de meia idade antes dos 30!

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Em Janeiro

por Catarina, em 29.01.19

Nos últimos dias de Janeiro acabei um livro e comecei outro. Foram 512 páginas e algumas noites até às 2h da manhã, mas deu-me um gozo imenso atingir esta pequena meta.

 

Comecei um diário gráfico, algo que não fazia há quase dez anos, desde os tempos de faculdade! Descobri que me dá mais prazer agora que é voluntário do que quando tinha que apresentar certo número de desenhos feitos, só porque sim, e porque a minha avaliação dependia mais de quantidade do que de qualidade nessa época.

 

Escrevi em meia dúzia de linhas um princípio de conto, que não sei se ou quando vou acabar, mas que me desenferrujou os dedos e o pensamento.

 

Nos últimos dias concluí que este mês cozinhei mais, e tive uma alimentação mais saudável, e que consegui beber uma quantidade fixa de água todos os dias úteis. O fim-de-semana ainda é um work in progress…

 

Nestes dias, e quase a fechar o mês fiquei feliz por ter ido cinco vezes ao ginásio, e ter passado por cima de todas as desculpas esfarrapadas de preguiça nesses dias. É uma luta, apesar de me saber bem descarregar continuo sem apreciar o ambiente, sinto-me um bicho do mato, agarrada ao telemóvel mais pela sensação de “segurança e isolamento” que me dá. Talvez por isso duas aulas e três treinos tenham um sabor de vitória.

 

Em Janeiro pousei a agulha do crochet, mas quero ir buscá-la no mês que vem.

Estou com uma crise monumental de aftas, pelo que urge parar mesmo, mesmo, mesmo de roer as unhas….e quiçá fazer umas análises porque tantas seguidas já é estranho. 

 

Este mês tive e ainda tenho um desafio a nível profissional, mudei de ambiente o que já começa a ser um hábito e estou a trabalhar temporariamente com uma equipa no cliente, mas também aqui me sinto um peixe fora de água. Sinto-me presa, enjaulada, e sem o espaço e as pessoas que me davam normalmente conforto; O trabalho mal organizado e sem uma gestão clara também me aflige, torna-se difícil perceber quando acaba, e não gosto de não ver o fim da linha, pelo menos neste caso. 

 

Experimentei também uma função nova, durante dois dias fui formadora/facilitadora de sessões de design thinking; Apesar de não ir muito à vontade senti-me super bem no papel e gostava mesmo de repetir; Tive a sorte de me calhar um grupo impecável que foi muito participativo e colaborativo, e senti-me realizada quando consegui pôr uma senhora de quase 70 anos a desenhar num storyboard, ultrapassando o trauma de ter sido a única criança a chumbar a trabalhos manuais no exame da 4ª classe do seu ano, numa escola com 1500!

 

Normalmente Janeiro é um mês em que fico doente, o ano passado foram duas amigdalites seguidas, pelo menos este ano consegui aguentar-me sem nem uma constipação, só uma crise de aftas, mas não me levou à cama nem ao sofá, pelo que acho seguro concluir que certos cuidados na comida e na saúde em geral têm a sua influência. É também uma época do ano muito cinzenta e confesso que tive dificuldades em levantar-me de manhã em 98% dos dias… Acho que tinha passado bem Janeiro dentro da minha cama, com alguns livros, revistas, e uma agulha de crochet..caramba, teria sido mesmo feliz!! Ainda assim, cinzento ou não, acho que este Janeiro até não foi mau!

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Dos últimos dias

por Catarina, em 24.01.19

Falta de tempo, excesso de ansiedade, nervos com fartura, todas as unhas roídas, uma crise de aftas.

Um projecto novo, um ambiente novo, uma equipa nova; Um desafio grande, interlocutores difíceis. Nada que me encante, e a justificação da linha de cima.

Muitas linhas escritas mentalmente aqui, na prática zero palavrinhas.

De novo, quando um lado da vida sobe o outro desce, desta vez foi o profissional que caiu um pouco. Ufa. 

 

 

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Por uma pegada menor em 2019

por Catarina, em 11.01.19

Um dos objectivos deste ano vai ser continuar a minha auto-consciencialização sobre a pegada ecológica.

Este é um tema sobre o qual não nos falta informação, mas para mim pelo menos, o mais difícil parece ser quebrar com os maus hábitos enraizados até aos antípodas!

No final do ano comecei a fazer pequenas mudanças nesses hábitos, que ainda não estão à prova de bala, mas vão dando uns baby steps num caminho mais verde.

 

#1 Desplastificar

Eu sou aquela pessoa que a maior parte das vezes deixa os sacos das compras em casa, ou no hall da escada onde tenho os caixotes de reciclagem, ou na mala do carro, quando lá chegam. Já percebi como os dobrar em pequenino para ter na mala, se bem que os maiores não dá para fazer o mesmo, e ainda assim lá dou por mim na fila do supermercado sem saco, e compro mais um, e levo mais um para casa, e é mais um que fica em casa porque me esqueço dele numa próxima vez. Este é sem dúvida um dos pontos onde vou ter de trabalhar mais, porque não há desculpa para comprar sacos...mesmo!

Ainda dentro do plástico acabei com as palhetas do açúcar no café; Já quase não bebo café fora de casa, mas se beber, só mexo se for com colher, e como quase nunca é optei por não colocar sequer açúcar, o que me faz matar dois coelhos numa cajadada só, porque não gasto a palheta nem consumo o açúcar! (by the way...esta do matar os coelhos já me soa um bocado mal, mas ainda faz parte do espólio...)

Outra coisa que passei a recusar são as palhinhas, bebo bem do copo, e se conseguir recuso também aquela tampa de plástico dos refrigerantes. Ainda consumo algumas garrafas de água, mais se tiver fora em viagem ou quando almoço na rua, porque nos dias de semana tenho uma de vidro, que me obriga também a beber água, já que fica mais fácil de carregar se eu beber o conteúdo! (mais dois coelhos....)

Também passei a analisar melhor quando vou comprar alguma coisa como é a embalagem...por exemplo, um pacote de bolachas tem uma caixa de cartão, mas depois lá dentro tem embalagens individuais, que dão muito jeito para transportar mas triplicam o plástico usado. Compro caixas sem embalagens e vou usando tupperwares. Quem diz as bolachas, diz cosméticos e tudo o resto... deixei praticamente de encomendar comida num serviço de entregas vegetariano que ADORAVA porque aquilo vinha em tanto saco e embalagem que me afligia... 

 

#2 Menos resíduos dispensáveis

Eu sou uma ranhosa-nata, e se há coisa que não vivo sem, são lenços de papel. E neste ponto ainda não estou preparada para lhes dizer adeus, mas em abono deixei-me dizer que os reutilizo ao máximo e estou longe de obedecer aquelas normas higiénicas anti propagação de germes e micróbios que dizem para usar e deitar fora! Mas pronto, os ditos ficam em casa e somos família. Outra coisa que não vai entrar lá em casa tão depressa é o dito copo menstrual. Nada. Zero. Já li bastante sobre o tema e .....não!

O que ando agora a combater neste campo são os discos de algodão! Antes do natal comprei um conjunto de 5 mini-toalhas-paninhos para tirar a maquilhagem e até agora correu-me bem. Ainda só tenho dois a uso, dá para umas duas ou três vezes (dependendo da quantidade de porcaria que ponho na cara num determinado dia) e vou lavando alternadamente, mesmo à mão sem grande stress. O algodão fica reservado para os primeiros socorros lá de casa, que pelo menos não são diários!

 

#3 Comprar com consciência

Sou uma consumidora assumida, e sei que não me consigo mudar inteirinha e parar de vez algum consumismo rápido e acessível que faço, mas também começo a usar mais a cabeça em cada compra, e algumas são mesmo suprimidas. Tenho a preocupação de ver se as embalagens são recicláveis, avalio quanto tempo a coisa vai durar, no caso dos cosméticos procuro os mais sustentáveis sem testes em animais e coisas que tais; Sempre que posso vou à praça ao sábado e compro os legumes, as frutas, queijo, ovos, pão. Na praça ou no supermercado procuro produtos locais, para reduzir o impacto que tiveram em chegar até mim! Aguardo com ansiedade o dia em que vamos ver sacos de papel nestes espaços para colocar as coisas, mas como ainda deve demorar vou reutilizando os que trago de plástico para casa. Ainda me falta dar um pequeno passo e comprar aqueles sacos para ter na mala, muito giros e que se encolhem todos, para evitar alguns sacos de loja que entram em casa e vão direitinhos ao caixote do papel!

 

#4 Eficiência

Sim, a conta da luz será sempre uma preocupação, especialmente no inverno. Para além dos básicos de ter tomadas com corte de corrente e electrodomésticos eficientes adoptámos umas alternativas. À noite aquecemos a sala com o aquecedor, mas baixinho porque temos uma lareira onde usamos velas e alguns troncos de madeira pequeninos que aparecem lá por casa, nada de lenha que faz muito fumo e não aguentamos com os olhos e o nariz a secarem. Embora aquilo não dê calor suficiente para aquecer a sala toda ajuda a dar ambiente, e conseguimos reutilizar a cera das velas, tirando da gaveta onde fica em placa e trazendo para cima para arder novamente. Como fica sem pavio é aqui que entram os paus, seja do loureiro, da cameleira, o que for que seque por lá! Outro hábito que ganhei é ter saquinhos de cereais quentes, que me fazem dispensar por exemplo o aquecedor no quarto. Entre o saco, o cobertor, o edredão e o pijama polar estou bem servida!

 

#5 Cosmética e Higiene pessoal

Embora esteja espalhado um pouco pelos outros temas achei que fazia sentido abordar um ângulo mais particular: os sólidos! Não os geométricos, mas a substituição de campô, gel de banho e pasta de dentes por exemplo pelas versões sólidas. Já me estreei com a pasta de dentes e o champô, até agora sem grandes problemas a não ser perceber a quantidade exacta a consumir de cada vez! Podemos colocar num frasco ou caixa e é menos uma embalagem de plástico.... pensando bem, o avô disto é o sabonete, e foi esse que resolvi introduzir também! 

 

Esta será uma lista crescente, à medida que a cabeça pesa mais os prós e os contras de tudo vou caminhando para uma existência mais verdinha!

Têm dicas para partilhar?! Please, please, please!!!

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2019, vais ser diferente

por Catarina, em 07.01.19

Já há alguns anos que escrevo resoluções, objectivos, como lhe queiram chamar, para o ano que entra. Não é a única altura em que o faço, afinal para mim "o ano começa em Setembro", mas é sempre nesta altura que fixo novas metas. Setembro aproveito mais para balanço e ajustes!

 

Para não variar muito, este ano escrevi as resoluções no dia 1. Escrevi porque preciso de as materializar, mas guardei-as, achei que precisavam de alguns dias para maturar, para perceber se eram alcançáveis ou não, se eram realistas, e qual a determinação que queria ter em cada uma. São algumas, onze na verdade, acho que não preciso de obedecer a nenhum número em especial, e estes onze objectivo fazem-me sentido, e fazem-me caminhar para uma vida melhor, trazem-me alegrias, benefícios, ensinam-me e ajudam-me.

Uma das razões porque demorei a sedimentar estes objectivos é porque quero torná-los mais "smart", e tive de encontrar formas, melhores ou piores para os medir, e definir quando é que estão "completos". Só assim é que acho que conseguirei levar algo a bom porto, para não ser como noutros anos em que metade eu de facto cumpro e a outra metade eram desejos nos quais acabo por não pôr muito empenho. Deixei de repetir alguns objectivos a longo prazo, porque apesar de querer muito faze-los, não me vejo a encontrar o tempo nem o espaço brevemente, portanto, deixo-os em banho maria por agora.

 

Quero que 2019 seja diferente, e quero conseguir traçar uma linha e caminhar sobre ela, aberta a desvios, mas com o conforto daquele caminho delineado.

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