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Aquele momento em que estás a conduzir;
Completamente embrenhada na busca incessante por um lugar para estacionar;
E atrasada para um compromisso;
Levar a avó ao médico;
Osteopata, na verdade.
Direita, esquerda, nada.
Mais uma moedinha, mais uma volta ao quarteirão.
Abrandas na descida, está alguém a subir a estrada, mais pelo meio da rua do que pelo passeio.
O ar descontraído de quem domina o pedaço.
Os olhos encontram-se, e reconheces o teu primeiro namorado de infância!
Aquele a quem achas que deste os primeiros beijos aos seis anos, mas que na verdade só encostaste os lábios.
Aquele que obrigaste a brincar às polly pockets, em troca de beijos.
Aquele que levava para a sala de música o cd com o tema espanhol "estoy enamorado" porque sabia que tu gostavas da versão dos Onda Choc.
Aquele que era o primeiro a chegar e o último a sair das tuas festas de anos.
Aquele que lambia o chão que tu pisavas, enquanto tu preferias na verdade o amigo dele, que preferia as outras todas, incluindo a tua melhor amiga.
Aquele que tu, Catarina, sim, tu, não tratavas assim muito bem uma boa parte das vezes, porque tinhas medo do que diziam os outros.
Foram cinco segundos de viagem ao passado que fiz e lembrei-me disto tudo.
Digo rápido à minha avó:
"Estás a ver este rapaz?"
"Sim, o que tem?"
"Lembras-te do David ..., que era filho de uma colega da mãe, que era meu colega no colégio? "
(A minha avó acompanha as minhas histórias mais manhosas desde sempre.)
Avó com ar de dúvida....
"Que era meu namorado?"
"Ah sim"
"É ele, foi ele que passou aqui agora!"
O meu ar de êxtase por aquele momento, e a minha avó a patinar na maionese. Ok, é justo.
Como estava dentro do carro e de óculos escuros não me viu, e muito menos me reconheceu. Não o via desde o 9º ano....credo já passaram mais de 10 anos!
Contínua com um ar de miúdo, doce; Sorriso fácil.
Mesmo naquela época, não me enganava com as pessoas que escolhia!