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Há aquele momento na nossa vida, aquele segundo, aquela mensagem, aquele pensamento, em que sabemos que acabámos de mudar o futuro. Em que sabemos que o caminho que escolhemos na bifurcação não fará com que o futuro seja o mesmo caso tivéssemos ido noutra direcção. Não. Sabemos que acabámos de escolher, e condicionar o que vem, para o bem e para o mal.
Como no filme do Nicholas Cage, The Family Man (Dois Destinos), às vezes tenho curiosidade, de ver, apenas como espectadora, qual seria o desenrolar caso tivesse escolhido o outro caminho. Não sei se gostaria mais ou menos do resultado, e não queria de certeza desfazer tudo o que vivi nos últimos anos. Mas sei que há uns anos atrás podia ter mudado tudo, vivido algo diferente. Não sei se melhor, se pior, ou se melhor por um lado e pior por outro.
Como sabemos que uma escolha é de facto certa, que a opção é a melhor para nós, e que num momento a sorte nos tocou à porta, a sorte grande, a peça perfeita que faltava no puzzle...? Como sabemos que é a melhor escolha, e que outras seriam menos boas? Ou melhor, como acreditamos sem experimentar o erro? Como acreditamos que tivémos a "sorte" de acertar à primeira? O mais comum é um processo de tentativa erro, que nos deixa confortáveis quando ao fim de algum tempo sentimos que ali já não há erro, e que aquela era a peça que procurávamos desde sempre. Ou serei eu apenas demasiado céptica para acreditar que encontrei a peça à primeira? A peça que desvenda o puzzle, que liga todos os caminhos. Será apenas demasiado difícil para mim pensar que isto afinal até foi fácil... e que ganhei a lotaria com a primeira cautela? Serei apenas e só demasiado desconfiada? Pessimista? Por me parecer mais natural que o caminho esteja errado do que certo? Se calhar é apenas o mecanismo de defesa a actuar... a preparar-me caso algo corra mal, para eu depois poder dizer "eu bem desconfiei que isto não podia ser assim"...
Será que é? Será que acertei, e que posso estragar tudo por pensar assim? Talvez a dúvida não esteja no caminho que deixei de percorrer, mas naquele que percorri.
Saber, saber, se calhar nunca sabemos.