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Lembro-me há uns bons anos atrás quando António Costa era ministro da administração interna de termos tido um ano muito mau no tema dos incêndios. Não sei quantos anos passaram, mas foram muitos, dez, quinze?
Este ano temos assistido a um espectáculo infernal; depois de Pedrogão na minha inocência achei que o cenário era tão devastador que seria impossível repetir. Tão parva que me senti ontem ao ver finalmente as notícias à noite. Como é possível? Como?
Não há palavras... mas se as houvesse se calhar seriam para atacar o governo, pois seriam; Para acusar quem andou a brincar estes últimos meses... quem não consegui apurar responsabilidades e andou a sacudir a água do capote de um lado para o outro; Seria para acusar quem não conseguiu num espaço de meses começar a criar soluções, enterrar finalmente os cabos, quem sabe se enterrar também o Siresp junto com eles..... Afinal quem ganha com isto? Numa terra de interesses e esquemas isto só pode estar a fazer alguém lucrar...
Sinto um amargo na boca; Não sei o que é estar na pele de quem tudo perdeu para o fogo, e nesta última leva sei de muita gente, amigos, e amigos de amigos que foram vítimas de mais uma série de fogos, sim, porque agora um nunca vem só. Sinto que vivo numa terra de máfia, de criminosos e de impunidade. Que asco.
Quando foi Pedrógão fiz um donativo para uma da primeiras contas que foram criadas; Desta vez não o farei, porque até um acto tão simples de generosidade que tantos de nós tiveram foi misturado nesta imundice pública; Até com o dinheiro que o povo doou para o próprio povo, que não dependia do governo para nada, até isso já gerou problema na sua distribuição. Isto é o fim do mundo em cuecas, a pior república das bananas possível... Não há palavras. E não as há porque ainda não foram inventadas palavras que expliquem esta "coisa", esta "geringonça".