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Ainda não mas a partir de Outubro!
Ainda andava no 8º ano e já sabia que queria seguir artes; o ano seguinte teve direito a testes psicotécnicos que só confirmaram essa decisão.
No secundário comecei a ver cursos superiores; ao entrar pensava em arquitectura, mas antes do final do 11º ano já sabia que seria Design, e já tinha em vista onde seria, no IADE.
Tudo aconteceu como eu ia delineando e, antes de acabar a licenciatura sabia que ia seguir directamente para o mestrado, sabia que queria mesmo mudar de faculdade, e sabia que me fascinavam as Belas Artes.
Aí fui eu. Os primeiros três meses iam sendo decisivos para a primeira desistência da minha vida. O curso não era o que eu esperava, dos profesores só aproveitava metade, e o professor de projecto era para mim Satanás na Terra. Aguentei-me à bronca.
Acabei o 1º ano com a certeza de que não faria o 2º logo a seguir. Descobri tarde demais que aquele mestrado era dos poucos nesta terra cujo 1º ano não dá equivalência à pós-graduação.
Nesse ano de intervalo fui fazer cursos à LSD, para desenvolver a àrea de editorial que gostava muito.
Entretanto já andava a estagiar, consegui um estágio pelo IEFP e decidi ao mesmo tempo que não podia deixar o mestrado pendurado.
No ano em que voltei ao mestrado para fazer a tese estagiava a tempo inteiro. Mal me lembro desse ano passar; Tive poucas férias, poucos fins de semana. Usava os sábados para ir às bibliotecas, usava os finais de tarde, que são equivalentes a noites durante o inverno, para ler e esquematizar ideias, e os fins de semana para produzir texto. Nunca tinha trabalhado com tanto método e tanta organização. Tinha ficheiros exel para me orientar com as leituras e os arquivos das bibliotecas; Forrei meia parede do meu quarto e esquematizava o projecto todo ali mesmo. Foi longo, foi duro, foi proveitoso. Tive a sorte de contar com um orientador dez estrelas, que me ajudou sempre, facilitou-me imenso a vida, incentivou-me e fazia com que as idas à faculdade para conversar sobre a tese fossem alegres e proveitosas.
Saí de lá com um 17 e a seguinte frase na cabeça, dita pelo meu orientador: "Você devia ir para investigação! Peça uma bolsa, arranje um projecto, tem perfil de investigadora! Não há nada melhor do que pagarem-nos para fazer algo que gostemos!". Tentou aliciar-me a seguir o doutoramento, mas nessa fase eu estava sôfrega por um intervalo.
Ainda assim ia dizendo aqui e ali "Ainda não acabei, ainda volto à escola, eu gosto de estudar e aprender".
E assim foi.
Há um mês decobri que o ISCTE e a FBAUL se juntaram e criaram uma pós graduação em Comunicação Visual de Informação, da qual o meu orientador é coordenador, e calha-me mesmo bem porque é no que eu trabalho diariamente. A cereja no topo do bolo foi poder escolher não fazer a pós-graduação mas sim algumas cadeiras no âmbito do curso de especialização; Vou ter Design de Informação e Visualização de Dados e como optativa escolhi Storytelling mas foi difícil porque as outras eram igualmente interessantes! A vantagem é também o facto de não durar o ano inteiro e de ter uma carga lectiva mais fácil de acumular com um emprego a tempo inteiro. Mal posso esperar pelo regresso às aulas, mais ainda no ISCTE em cuja biblioteca passei muitas horas e onde me senti sempre bem.
Agora....já posso ir comprar cadernos?!