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Ontem fiz zapping ao chegar a casa e deparei-me com uma reportagem da TVI sobre o alojamento local.
Confesso desde já que não vi tudo, não apanhei o princípio e não me aguentei até ao fim.
Apanhei alguns trechos de entrevistas com "owners" de negócios locais e pouco mais, mas ficou-me um agri-doce tão grande que mudei de canal assim que me libertei da inércia.
Não posso dizer que toda a reportagem tenha sido assim, assado, ou deixado de ser, não a vi toda; Simplesmente, o trecho a que assisti descrevia o alojamento local através de plataformas como a airbnb como uma economia paralela, que permitia a jovens recém licenciados e sem emprego encontrar o seu rendimento, ou mesmo a pessoas que ficaram desempregadas, numa faixa etária em que dificilmente dão a volta à situação.
Vamos por partes: eu não sou contra as pessoas lutarem pelo seu rendimento digno; Não sou contra os jovens encontrarem um escape ao desemprego, e nunca serei contra pessoas em idade "pré-reforma" encontrarem formas de gerar o seu rendimento e continuarem a ser activas socialmente.
Agora, daí a acenar com a bandeira dos números de desemprego quase como se esta economia paralela fosse uma tábua de salvação à taxa de desemprego do país, tenham santa paciência e não me lixem! Esta economia paralela pode ter tanto de bom (dúvidas, muitas dúvidas....) como de mau e é responsável por destruir o mercado imobiliário em Lisboa!
Um dos entrevistados já tinha escalado o seu "pequeno" negócio original e os planos para o futuro incluíam adquirir mais casas para negócio; pior, o senhor até já dava "consultoria" de airbnb às vizinhas idosas que lhe pediam.
Este foi o momento em que acho que desisti... a degradação era demasiada para aguentar.
Destroem o mercado, empurram os habitantes para fora das cidades, entopem os arredores, escalam os preços ao absurdo, destroem a cidade com turismo rasca e de pouco consumo, e depois vêm dizer que em compensação diminuem os números do desemprego... isto claro com a conivência de governos e autarquias que acham que é o turismo que salva o país.
Façam-me um favor... vão à m*#$%!
PS: Nota mental para não voltar a ver reportagens da TVI tão depressa.