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Quando somos jovens, e somos cada vez mais jovens, até mais tarde, achamos que há coisas e problemas que só acontecem aos outros, ou aos mais velhos... Ficar doente, morrer, essas coisas. De vez em quando um acidente alerta-nos para que os jovens também morrem, mas sempre achamos que vai acontecer aos outros.
Ontem soube que a merda do cancro levou um rapaz de 26 anos, que conheci vagamente no colégio e mais tarde noutra escola. É sempre um choque... afinal tinha a minha idade, e ficou doente, e morreu. Ponto final. Não sei que profissão tinha, se chegou a acabar o curso, o que queria fazer da vida. Não sei porque não fomos assim tão próximos para que eu soubesse, mas sei, que a partir de agora já não vai ser mais nada. Já não vai ter mais planos, mais chances, mais aventuras, mais nada. A vida já lhe foi roubada. Por uma merda que não conseguimos erradicar, que muitas vezes nem sequer vemos chegar.
É o pior dos inimigos, chega de mansinho, sorrateiramente, espera apanhar-nos desprevenidos. Chega quase sempre em silêncio, ou rodeado de uma aura de medo, de morte. Levou-me um avô, tentou levar o outro, mas demos cabo dele, tentou levar a minha mãe, mas também demos cabo dele, e a única forma que me vejo a viver isto é assim: com esperança, com força. É um combate? Pois seja, se vieres seu filho da puta vamos dar-te em cheio, vais levar com tudo, não vais ganhar, não podes ganhar. Ponto final.