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Quem tem carro habitua-se bem a ele. Depressa, depressinha, e já não queremos voltar ao mundo dos transportes públicos! Tenho carta, e o respectivo carro desde os 19 anos, agora que penso nisso já lá vão quase 10, e digo-vos, a vida muda, e o tempo fica muito mais elástico, mesmo com todos os "contras".
Posto isto, ficar sem carro por um ou dois dias (nem falo em mais!!) é razão para levar muito boa gente à loucura! Eu procuro que isso não me aconteça... Faço um esforço; Mas há vezes em que o esforço se converte na imensa vontade de bater em alguém.
Na altura do Natal experimentei a Cabify, e na altura fiquei fã e gritei ao mundo! Ontem à tarde para ir do escritório para casa tentei chamar um, mas provavelmente por ser hora de ponta não estava a ser fácil, então na minha burrice resolvi sair do escritório para ir à praça de táxis, a 5 minutos e apanhar um.
Quando apareceu um táxi respirei de alívio, entre a tentativa de pedir o cabify e o arranjar táxi na paragem já tinham ido 20 minutos de vida. Perguntei se estava livre e entrei. Claro que quando disse o destino, que eu sei que era curto, mas temos pena, não ia a pé nem recomendo o caminho, o senhor ficou logo com um ar ligeiramente azedo.
Quando cheguei ao destino tinha a pagar 4,85€, e acenei com uma nota de 10€. Perfeitamente razoável achei. Mas não. Nisto cai o Carmo e a Trindade, e tudo até ao Cais do Sodré, porque aqui d'el rei que todo o dia o senhor tinha apanhado gente com notas de 10 e já não tinha trocos e patati e patatá e o senhor até "estava mesmo a ver que isto ia acontecer". Ora eu se fosse vidente não andava na estrada, mas é lá com o senhor.
Expliquei-lhe com a minha cara 39 de poucos amigos que àquela hora, 19h, uma nota de 10€ para aquela despesa era perfeitamente razoável e que a não ser que o senhor tivesse multibanco eu só tinha 1,40€ em moedas. Saiu do táxi e pediu a outro táxi para trocar, sempre praguejando "claro que ele não me vai trocar isto", como se levasse um lingote de outro na mão.
O outro não trocou, e como tinha parado numa paragem de autocarro voltou dizendo que tinha de tirar dali o carro e patati; Na rua onde virou era impossível parar, então pediu-me para ir ao café trocar a nota. Agarrei na minha tralha e fui, não consegui no café, mas numa loja ao lado.
Voltei ao táxi onde não entrei, só disse "está aqui", e paguei em moedas. O senhor deve ter percebido que o chelique que lhe deu tinha sido um pouco de mais e acho que tentou dizer algo parecido a "desculpe lá", mas eu virei costas com a certezinha que numa próxima espero pelo cabify nem que sejam 2h.
Só fiquei com um nervoso miúdinho por não lhe ter dito assim..."está a ver porque é que as pessoas preferem a Uber, e os outros serviços, está?!"