Dia #1
A ida a Milão foi uma viagem muito aguardada! Estava marcada desde Fevereiro, quando fiz as primeiras pesquisas e estabeleci os pontos a visitar, mas depois disso, com a vida a entrar no piloto automático não foi tão planeada quanto desejei. Foi a primeira viagem internacional do M., e a primeira que fiz sem a minha mãe, o meu ponto de referência! Senti que desta vez era eu “a mãe”, não só por ser uma control freak desgraçada, como por ter mais alguma experiência em viagens, aeroportos e coisas que tal.
Partimos de Lisboa já quase às 11:00 da manhã, depois de um ligeiro atraso, mas fizemos um voo muito simpático. Ainda a bordo comprámos os bilhetes para o aerobus, de forma que ao chegar a Bérgamo foi só entrar no autocarro e rumar ao centro.
Escolhemos ficar alojados perto da Estação Central de Milão, por ser o local de paragem e partida dos aerobus e porque sabíamos que o regresso implicaria levantar de madrugada e andar aos trambolhões pela cidade às cinco da manhã não fazia parte dos planos! Quando chegámos o primeiro impacto não foi muito simpático; a zona envolvente da estação, que é um edifício muito bonito, está cheia de pedintes, mendigos e ajuntamentos nas zonas de jardim…basicamente parecia que tínhamos caído no intendente há uns anos atrás…not good! Encontrámos o hotel facilmente, e almoçámos, às quatro da tarde uma pizza e um panini antes de empreender uma caminhada até ao centro.
A cidade é super plana por isso é muito fácil percorrer os 2,3 km que nos separavam do centro; Pelo caminho ainda tivemos a surpresa de ver um dos corações de Viana da Joana Vasconcelos que estava exposto numa exposição da Sociedade de Belas Artes e que conseguimos ver da rua!
Optámos por começar por Brera, que foi das zonas mais giras que vi! É um bairro muito giro, óptimo ambiente, com lojas fantásticas de roupa e decoração, arquitectura espectacular, e restaurantes e esplanadas em todas as esquinas; Fomos visitar a Pinacoteca di Brera, que a partir das 18h à quinta feira custa apenas 2€ em vez de 10€ por pessoa, e alberga obras lindíssimas do Renascimento e Maneirismo. A estudante de artes que há em mim entusiasma-se sempre nesta parte, e claro, o M. aprecia mas vou-lhe dando muita explicação pelo caminho, chamando a atenção para certos pormenores etc. O edifício em si é muito bonito, com uma entrada em claustro com colunas e amplas escadarias. A zona do museu tem galerias enormes, está impecavelmente organizada e documentada, e ainda tem um bónus de deixar ver a sala da recuperação de obras expostas quando estão em restauro, e uma zona de armazém de obras não expostas. Como já estávamos algo cansados nesse dia ficámos felizes por não ser uma exposição demasiado grande…mais um par de salas e não teríamos resistido!
Voltámos lentamente para a zona do hotel, espreitando as lojas de design e objectos pelo caminho! Têm coisas giríssimas, e claro, muitas delas caríssimas também!
Jantámos perto do hotel e fiquei feliz por perceber que a alimentação ali não teria de ser necessariamente à base de massa e pizza, o que me preocupava! A zona tinha vários restaurantes com muita oferta em termos de preço e diversidade no tipo de comida; Claro que a comida italiana predomina, a pizza e a pasta são o pão nosso de cada dia, mas na verdade durante todos estes dias senti alguma desilusão. Esperava ser surpreendida com pastas e pizzas magníficas mas ou levava as expectativas demasiado altas ou achei tudo muito normalzinho…. Gostei mesmo foi dos paninis, com mozarela, rúcula, tomate e manjericão que ficam óptimos e para mim chegavam como refeição, acompanhados dos sumos de fruta e legumes “centrifughi” que há por todo o lado e são mega vitaminas!
Voltámos ao hotel já de rastos, prontos para aterrar numa cama e dar descanso ao corpo e aos pés!
Não sendo nada de especial o hotel acabou por ser uma boa solução; Estava perto da estação de comboios e também de duas linhas de metro; Era um pouco antigo mas o quarto era espaçoso, arejado, a cama confortável e tinha um pequeno almoço melhor do que eu esperava.

Igreja de San Marco na Piazza San Marco

Arquitectura em Brera, e janelas com portadas!

Pinacoteca di Brera

Capela de Santa Catarina e Santo Ambrósio, dentro da Pinacoteca

Panorâmica das Galerias

