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Desde pequenina ganhei o gosto pela leitura que a minha mãe sempre cultivou lá por casa.
Em miúda, adolescente, li tudo e mais um par de botas, todas as colecções infantis, depois as juvenis, depois ficção para adultos, pelo caminho harry potter, enfim, tornei-me uma leitora compulsiva, e ligeiramente obsessiva pois mesmo quando não estava a gostar de um livro obrigava-me a ir até ao fim, não aceitava desistir. Durante muito tempo fui assim... não interrompia livros, lia só um de cada vez e nem pensar em não o acabar. Depois fiquei mais flexível, até podia às vezes interromper durante algum tempo mas sabia que voltava, e essa sensação de acabar, é quase uma conquista.
No fim de semana passado, na paz do Alentejo levei dois livros para ler, um mais técnico e outro de contos. E acabei a ler apenas o técnico, porque do outro "O que sabemos do amor" de Raymond Carver, enchi a paciência e recusei-me a acabar de ler.
Soa um pouco a derrota, mas desde o princípio que não me identifiquei com o o livro; Li poucos livros de contos, e achei que era por estar menos familiarizada com o formato que estava a estranhar... mas a verdade é que não ia lá nem por nada. Os primeiros achei chatos, tive apenas um ou dois momentos no livro todo em que senti uma ponta de entusiasmo pela história, em que desejava que o livro fosse só aquela história; Depois o mal estar cresceu... alguns contos deixavam-me triste e deprimida, e não leio só histórias felizes, da mesma forma que não vejo só filmes de comédia, mas estas só me estavam a deixar desconfortável. Algures depois de meio do livro, depois de um conto que até começou bem e que descambou violentamente desisti. Disse "chega, não leio mais isto" e arrumei com o livro. Aliás ainda pensei em fingir que me esquecia dele em algum canto do Alentejo, mas acabei por regressar com ele e atirá-lo para o fundo da estante.
Deixa-me algo triste, porque se há coisa que gosto é de reler livros, isso mesmo, reler. Quando gosto do livro é releitura garantida muitas e muitas vezes, por isso quase nunca dei livros nesta vida, e agora tenho um elefante no quarto ao qual não sei o que fazer... Talvez o doe para uma rifa ou uma feira do livro em segunda mão. Mas não sou capaz de o oferecer, depois da minha tão fraca experiência com ele, seria como oferecer um presente envenenado!
Fiquei-me pela leitura mais técnica: Guia HBR de Gestão de Projecto, que por acaso dentro do género livro técnico está bem leve, e fácil para quem começa no tema!
Fecha-se uma porta mas abre-se a janela