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Já não é de hoje que sinto uma ligação visceral ao Alentejo.
Sei que tenho lá origens, sei que ainda lá tenho família, mas não sei se será por isso. Sei que a minha mãe lá esteve um ano a dar aulas, e que se tivesse decidido de outra forma a nossa vida eu teria crescido em Campo Maior, e hoje teria um sotaque cravadíssimo! Não sei se é por isso. O que sei é que é das viagens que mais gosto de fazer, assim que entro na A6 parece que algo faz mais sentido do que uns momentos antes. Gosto tanto da paisagem, das oliveiras despenteadas e dos sobreiros perdidos no horizonte, das planícies sem fim, das casas caiadas,... Gosto. Acho as pessoas simpáticas e francas, e embora perscrutem os forasteiros não se imiscuem nem se sente a cusquice a brotar das pedras da calçada.
Estes dias foram passados num verdadeiro paraíso: a Casa da Ermida de Santa Catarina. Assim de repente é a última coca-cola do deserto. Fica no alto de uma pequena colina, onde se vê o mais belo pôr-do-sol sobre o lago do Caia. É um espaço sossegado, genuinamente alentejano, uma casa linda, confortável e bem decorada, com uma zona envolvente espectacular. Serviu não só para descansar como para ponto de apoio aos nossos passeios entre Elvas, Campo Maior e Badajoz.
Mais uma vez não tive dúvidas, podia viver ali, podia respirar aquele ar, viver aquela calma, a falta de trânsito e de stress. Vim embora com a certeza de que volto, mais cedo, ou mais tarde, mas volto. Há um íman naquela terra que me aponta directo ao coração!