por Catarina, em 23.02.17
A Amiga Genial, Elena Ferrante
Encomendei este livro porque ouvia e lia um burburinho tão grande em volta da autora que tinha de saber quem era. E não como pessoa ou como escritora, porque conheço os autores pelo que escrevem e não por quem são.
Sobre o livro ouvia dizer que era imperdível, genial, muito bom, etc. Fiquei curiosa e decidi-me a comprar, até porque adorava o trabalho gráfico, a capa, a escolha das fotografias e o próprio papel.
Esteve muito tempo na estante à espera que eu desse conta dos que estavam à frente na fila e, enquanto não o lia, de tão ansiosa que estava procurava críticas no goodreads. Comecei a ler opiniões muito distantes, ora alguém adorava, ora alguém achava tão mau que não tinha conseguido ler nem sabia o que dizer, e por aí fora; Iam sendo referidos episódios de violência e li muitas críticas de pessoas algo chocadas com isso. Confesso que quando finalmente arranquei com a leitura já levava o pé atrás e o primeiro impacto não foi tão arrebatador quando tinha sonhado. Comecei por achar a escrita muito corrida, quase uma conversa passada para o papel sem tempo para edição; Os episódios e as personagens atropelavam-se e pensei que ia empancar ali, intimidada por uma lista de mais de uma página de personagens, mas não. Pouco depois comecei a mergulhar e depois foi todo um turbilhão e uma ânsia de chegar ao fim como já não me lembrava! Ler antes de dormir até à 1h ou 2h da manhã, ler ao pequeno almoço, ler em vez de ver televisão ou ligar o computador. Ler, como eu gosto, sem horário!
Lá para meio do livro percebi finalmente que a história destas duas amigas se prolonga por mais três volumes e percebi que ia ter ali muita página para encomendar.
Das críticas à violência devo dizer que li a realidade, nua e crua, e como acho que deve ser retratada porque nem tudo são contos de fadas e todas as histórias merecem ser contadas. Há que compreender todo o contexto da época, social, cultural e económico porque justifica a forma como a história é contada e a violência gratuita vivenciada pelas personagens. Ainda assim não acho que esse deva ser um ponto relevante, é apenas uma faceta da história e prefiro sinceramente concentrar-me noutras. Gostei das descrições, dos quase devaneios infantis das duas amigas, da relação de amizade explorada em tantos ângulos de amor-ódio, por vezes tóxica, por outras essencial e benéfica. Em alguns momentos identifiquei-me com esta relação de amizade vivida no limbo e na inconstância do egoísmo e da partilha e estou outra vez em ânsias para que chegue a "História do Novo Nome", o nº2.

PS: Gosto de juntar a estes textos uma imagem dos livros, mas não queria apenas a capa mas uma imagem que me dissesse algo mais. Por isso tiro as fotografias assim que os acabo de ler, naquele momento em que fechamos a capa e pousamos o livro, esteja onde estiver; Por isso a probabilidade é que não vão aparecer duas fotos com o mesmo enquadramento sequer, são tão aleatórias quanto possível!