Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Museus visitados? Zero, conforme previsto o tempo esteve lindo e acolhedor para andar a passear. Em vez disso apostámos numa visita ao IKEA, sempre produtivo, e para arrumar papéis e organizar despesas para o IRS.
Cozinhados? Uma torta de maçã, um tabuleiro de granola e um robalo no forno com legumes e ervas... portei-me bem e resisti à vontade de fazer panquecas com chocolate!
Apesar de ter passado num ápice ainda consegui dedicar um tempo às leituras e ao inglês o que já não foi mau uma vez que a preguiça tem andado por estes lados.
Ainda não sei bem como lidar com estes fins de semana; Isto porque uma pessoa passa metade da vida a estudar aos fins de semana, durante uns 11 meses por ano! É o básico e depois o secundário; Segue-se a licenciatura...um ano, dois, três. Já está? Não! Primeiro ano de mestrado... intervalo, vamos trabalhar! E um ano depois, bora voltar ao mestrado, e aí sim, o ano da tese foi o ano em que mais trabalhei na vida! Isto porque tinha um estágio remunerado e passava lá 8 horas por dia; Muitas vezes depois disso ainda ia à faculdade reunir com o meu orientador, ou então ia na hora de almoço, mas tinha de compensar esse tempo. Chegava a casa já morta e ainda tinha trabalho pela frente, uma, duas ou três horas, conforme o cansaço ou a urgência! Nesse ano os meus fins de semana eram passados integralmente em modo tese. Muitas vezes aproveitava o sábado de manhã para idas à biblioteca que eram mais complicadas de gerir durante a semana. Foi um ano em que não vi exposições, não vi concertos, não vi quase nada a bem dizer para além da parede do meu quarto que forrei com papel cenário e onde escrevia, fazia esquemas, colava post-its com ideias, anotações, citações, tudo. O ano seguinte foi de descompressão e portanto passei os fins de semana a fazer tudo o que não tinha feito até aí.
Agora, a vida curiosamente estabilizou, e eu dou por mim com fins de semana que não sei bem gerir. Ora estou no ovo com o M., ora estou na mothership, e isto vai mudando e alternando e sendo ajustado consoante as necessidades, e isso dá com uma pessoa em maluca, especialmente uma pessoa como eu que vive e respira planos, organização, listas, etc. Para além disso vejo-me em fins de semana onde não tenho aquelas obrigações, aqueles trabalhos para acabar, aquela matéria para estudar, aquele plano para fazer. Parece que cheguei ao "sítio" para onde caminhei nos últimos anos, mas agora que cá estou não sei cá viver! Acho que é daqui que vem a necessidade de estudar, de estar constantemente a querer aprender algo ou reciclar algum conhecimento. É um ocupa tempo, e também um espaço "conhecido". Ao mesmo tempo sinto que devo fazer um esforço para não perder toda a actividade mental a que estava habituada, no sentido de continuar a fazer planos, a querer ir mais longe, a procurar sempre alternativas e a ter plano B, C, D,...Z! É assim que vivo bem... ou era. Neste últimos tempos tenho experimentado a sensação de fins de semana não planeados, em que tento não definir tudo, e deixar rolar as coisas... Mas confesso que sofro com isso; toda uma ansiedade cresce por mim acima nessas alturas e acabo por ficar irritadiça e contrariada. É uma negociação que tenho vindo a desenvolver comigo mesma e que vou continuar a tentar gerir da melhor forma, porque também não quero estar tão presa aos planos e a fazê-los que deixe de viver o presente. E às vezes penso que isto já acontece. Vivo no futuro próximo, no plano, na lista, nas tarefas, nas marcações, na agenda, no bloco, na agenda do email; Vivo nesses espaços todos menos no presente onde devia estar! E depois penso, mas o esforço dos últimos anos não foi para estar aqu agora? E para poder parar, respirar e apreciar o resto? Então é isso!