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A livraria dos destinos, Veronica Henry
Agora que já aqui contei a minha história, posso confessar porque comprei este livro: não foi a sinopse, não foram as críticas, não foi nenhum ranking.
Foi nada mais do que a curiosidade de ler sobre outras histórias de amor que começam numa livraria, com livros, rodeados de páginas com outras tantas histórias. Foi o reverso da medalha, foi ver no papel o que se pode viver na vida real; Foi ao contrário da maioria das vezes, em que lemos um romance que na maioria das vezes pensamos não ser possível e acontecer apenas no papel.
Talvez por isso a expectativa fosse enorme, e nesse sentido o livro tenha sofrido e não me tenha arrebatado como eu gostaria.
Ainda assim a palavra que usaria para o caracterizar é: surpresa.
Ao longo do livro senti algumas vezes que a história ia ser algo, e depois era diferente; Isto foi bom, porque a minha tendência de pensamento estava a levar-me a acreditar que a história seria previsível, e no fundo não foi, pelo menos nos pontos chave, e isso para mim já valeu a leitura.
É um livro agradável, simpático, relativamente leve, ou não fosse a morte um evento basilar à história, a palavra que me ocorre e não estou a conseguir traduzir: “cosy”. É aquele livro para ler enquanto está frio e nos escondemos debaixo de uma manta ou dos cobertores, que podemos acompanhar com uma taça de vinho ou uma caneca de chá e ler de seguida.
Embora não me tenha identificado muito com nenhuma personagem, o que normalmente me faz gostar mais do livro, apreciei a diversidade das mesmas e das acções que decorriam paralelas; Apenas o tempo que demora a passar por vezes me pareceu tornar algumas partes mais chatas.
É um livro que irei reler eventualmente, mas não foi aquele livro que ficou aqui marcado como eu gostaria. Deixou-me sim uma enorme vontade de conhecer os arredores rurais de Oxford onde a história se desenrola, e aquelas “chocolate-box villages” inglesas!
Acabadinho de ler numa esplanada, devidamente acompanhado pelo Sol de domingo!
Carta a Uma Amiga, Inês Pedrosa
A primeira leitura de Janeiro foi, sobretudo, improvável.
Na altura do Natal a biblioteca da escola da minha mãe fez uma feira do livro, e eu, não sei se já vos disse, mas não resisto a uma feira do livro!
Acabei por comprar este, com a intenção de o oferecer, mas depois das prendas embrulhadas ele continuou em cima da mesa da sala, e acabei por ficar com ele. Ganhei-lhe afeição, curiosidade pelas páginas, pelas fotografias e por ser um livro bonito. Folheei e li alguns trechos, a curiosidade aguçou-se e na quarta à noite, dei por mim com algum tempo "livre" mas sem vontade de continuar o que andava a ler...
Resolvi tirar as teimas e comecei....só que não queria mais parar. Não conhecia nada desta autora, mas agradou-me a escrita, a fluidez do discurso, e a sensação de familiaridade que o livro me transmitia. Podia ter lido tudo de uma assentada, não era assim tão grande, mas como à meia noite os olhos já queriam fechar resolvi guardar o resto para outro dia, porque achei que esta escrita tinha de ser saboreada, não podia ser consumida às pressas.
Acabei-o na sexta-feira à noite, e apesar do entusiasmo inicial senti que na primeira parte atingi o "pico" e depois comecei a descer; a última parte acabou por ser mais uma reflexão da narradora, num discurso mais abstracto e com menos pedaços da história que me tinha cativado no início, a história de Helena. Teria gostado de ler mais, saber mais; Na verdade tive dúvidas sobre o número de personagens... talvez por ter acabado de ler o livro antes de dormir, com algum cansaço em cima, ficava na dúvida se havia Helena, a narradora, e outra, ou se a outra éramos nós, as leitoras.
O balanço acabou por ser positivo, e foi bom para arrancar o motor das leituras deste ano. As fotografias são bonitas e a certa altura pensei em como meia-dúzia de fotografias simples mas poderosas podem dar o mote a um enredo, um conto, qualquer espécie de narrativa, um mundo de possibilidades!
Agora que um já foi, toca a ir atacar o resto da pilha!
Compro livros à velocidade da luz.
Ainda não chegou a última encomenda e já encomendei este:
Há algum tempo que no goodreads este menino me passou pelos olhos; Hoje acabei por pesquisar na amazon, e depois de perceber que me custava apenas 4 libras, não resisti e encomendei, com entrega expresso, por uns módicos 13€. Eu e a amazon temos uma relação sólida, e com futuro, não há como negar.
Quanto a ler...tenho uma bela pilha em fila de espera, vamos ver quem ganha!
Mesmo tendo falhado a minha meta, que corrigi de 10 para 15 livros no princípio do ano encorajada pela velocidade que levava na altura, achei muita piada à review do Goodreads! É uma forma gira de mostrar o que lemos e de recordar momentos e pensamentos sobre cada um dos livros.
No próximo ano não pretendo recuar nem baixar os braços e já tenho vários candidatos à lista!
A meio ficaram estes:
Os Contos de Eva Luna é uma questão de dias para terminar, e os Ismos, os Sonetos de Florbela Espanca e o Design et al são livros em que pego de vez em quando mas que não leio continuamente. O Palavras que falam por nós vai pelo mesmo caminho, não é uma ficção e por isso é mais fácil interromper e retomar sem perder o rumo.
Os outros três: Information: a very short introduction, The Design of Everyday Things e o Dear Data são muito específicos da minha área, são quase livros de estudo e portanto acabá-los também é mais difícil. De certa forma são livros de consulta, tirando o Dear Data que tem um fio condutor mais definido e é menos técnico.
Assim sendo migram para a próxima lista que ainda estou a construir... Outro dia alonguei-me numa visita à Bertrand e lembrei-me que já há muito tempo que não passeava pelos livros fisicamente, mas sim de forma digital; foi um momento algo nostálgico...
Primos, Virginia Hamilton
Antes de ir de férias, numa ida rápida à arrecadação trouxe de lá este livro da minha infância ou juventude e apeteceu-me relê-lo.
Conta a história de três primas e dois primos pelos olhos de Cammy, uma miúda de cerca de dez ou onze anos, sensível, doce, e que tem um amor enorme pela avó, a mãe e o irmão, e um profundo ódio pela tia e a prima direita, que é simplesmente perfeita! O livro transborda de amor até ao dia em que uma tragédia completamente inesperada obriga as personagens a lidar com a dor e a perda.
Quando o li em pequena pensei que era um livro triste, mas agora tive outra perspectiva, achei o livro lindo e de uma profundidade emocional que não estava preparada para ler em pequena.
Um dia naquele Inverno, Sveva Casati Modignani
Sveva Casati Modignani é uma das minhas autoras preferidas de sempre e adoro as suas personagens femininas fortes e dinâmicas, capazes de mover montanhas, encantar e seduzir. Nos meus livros preferidos constam Baunilha e Chocolate, A Siciliana, A Viela da Duquesa, entre outros tantos que também admirei.
O que me atraiu neste livro foi o facto de ser passado entre Milão e o Lago Como e, tendo visitado esses locais achei que seria uma leitura interessante por conseguir visualizar melhor e imaginar os espaços.
Gostei da família Cantoni e das personagens cujas vidas vão sendo contadas mas achei que no triângulo principal faltava mais profundidade, mais detalhes e descrições mais complexas. Gostei do final, embora fosse sempre agridoce, mas percebo que não poderia ser de outra forma mas não deixa de ser algo desenxabido.
A história no fundo parece um tanto ou quanto inverosímil, e não foi um livro muito marcante; faltou-me um enredo mais completo e intrincado a que estava habituada nos livros desta autora e acabei por me deparar com uma história um tanto ou quanto previsível nas várias fases que ia lendo.
...é no Verão!
Desde pequena que as leituras marcaram os meus Verões; Fazer a mala para ir de férias incluía para além de roupa e coisas essenciais, um saco de brinquedos e uma mochila cheia de livros! Tinha sempre um caderno de actividades para fazer no verão e não esquecer totalmente a matéria, mas o que me entusiasmava era mesmo ler os Cinco, os Sete, as Gémeas no Colégio de Santa Clara, o Colégio das Quatro Torres, o Guarda da Praia, o pack Harry Potter rodo, o livro dos Primos, os livros da âmbar e da presença... Eu ia armada de horas de leitura!
Todos os dias para a praia levava um livro, que lia no barco e depois na praia e depois no regresso. Os meus livros coleccionam areia, papéis de rebuçados, e talvez até migalhas de sandes e não trocaria essa experiência por nada nesta vida.
Depois fui crescendo, os livros foram mudando, outros iam-se repetindo, sempre gostei muito de reler livros, é quase como voltar a um local onde fomos felizes!
Agora que estou prestes a encarar umas semanas de férias levo comigo estes:
Ando com sede de Isabel Allende por isso resolvi reler o Eva Luna (um dos meus livros favoritos de sempre) antes de embarcar nos contos.
Vi a série espanhola e fiquei encantada! Antes disso a minha mãe já o tinha lido e eu tinha ficado com ele na ideia, outra dia aproveitei e trouxe-o comigo.
A minha compra mais recente. Já li dezenas de livros da Sveva, gosto sempre, de uns mais do que de outros, mas este chamou-me a atenção por ser passado entre Milão e o Lago Como, locais que vi de perto recentemente.
No campo dos técnicos levos estes dois debaixo do braço: o primeiro é minorca, livro de bolso autenticamente com letra de lupa, e o segundo uma bíblia que vou ler aos poucos.
Parece muito?! Eu leio à velocidade da luz e já cheguei a ir de férias e acabar os meus livros e ter de ir comprar outros ou ficar com o que a minha mãe tinha levado! Mas não conto voltar com isto tudo lido...até porque vou ter duas feiras do livro por onde divagar e a probabilidade de adquirir mais algum é elevada!
Fernão Capelo Gaivota, Richard Bach
Este livro tinha-me sido apresentado como uma metáfora, mas acho que não é apenas uma e sim várias. Conforme ia lendo conseguia identificar muita coisa: feitios e pessoas, formas de vida, formas de contornar os canônes e pré-conceitos estabelecidos. Quando andava na faculdade aprendi esta expressão "pré-conceito" a estudar Antropologia e nunca mais me esqueci que é desses pré-conceitos que nascem coisas como o preconceito.
De vez em quando gosto destes livros que, de forma leve, engraçada e com uma certa doçura de personagens, me façam pensar, reflectir, identificar, pensar novamente, e concluir ou não alguma coisa!
Gostei muito da personagem de Fernão Gaivota, da sua evolução, da persistência e da forma como explicou tanta coisa. Da luta e da garra que demosntrou, da vontade de regressar, e da forma como enfrentam a passagem do tempo.
Até gostei do quarto capítulo em que tudo o que vimos conquistar nos anteriores parece alterar-se irremediavelmente, e depois percebemos que o livro e a existência daquelas gaivotas é tal como a nossa, vivida em ciclos, e que tudo o que já aconteceu torna a acontecer.
Sinto que este é um daqueles livros que se reler noutra altura, com outra perspectiva ou maturidade vou conseguir encontrar muito mais nestas palavras. Li tantas passagens bonitas e interessantes que poderia facilmente ter sublinhado o livro todo.
Tive a sorte de comprar uma edição recente onde foi publicado o último capítulo e uma nota de autor; Para além disto tenho a dizer que as fotografias e ilustrações ao longo do livro são muito giras!
Faz hoje vinte anos que o primeiro livro da saga Harry Potter chegou ao público; Esse não foi o dia que mudou o fim da minha infância, mas foi quase! “A Pedra Filosofal” foi comprado lá para casa pela minha mãe, e por ela começou a ser lido enquanto eu evitava render-me… O título fazia-me pensar em filosofia, e por mais que não soubesse sequer o que isso era não me atraía; Ainda vivia agarrada aos livros dos Cinco e das Gémeas e achava que nada me ia fazer vibrar tanto. A minha mãe começou a ler e ia-me contando uma coisa aqui, outra ali, uma cena acolá; Por vezes ria-se sozinha e dizia “Tens que ler isto!”. Quando me narrou a cena em que o Hagrid vai buscar o Harry aos tios e deixa o Dudley com um nariz e um rabo de porco eu percebi que tinha mesmo de ler aquilo tudo.
História da Menina Perdida, Elena Ferrante
Depois dos três volumes anteriores a expectativa para este livro era muito alta e desiludiu-me um pouco; Continuo a gostar da história mas achei este volume um pouco mais chato, parado mesmo, em relação aos outros. Senti que o estava a ler quase a despachar para ficar livre para outras leituras e não tanto pela urgência e saber o que acontecia nesta história.
A história de Lenú e Nino acaba previsivelmente não sem antes se tornar completamente enfadonha. A certeza que tinha ao terminar o volume anterior concretiza-se, mas continuo a pensar que há histórias que têm de ser vividas ou ficarão sempre a pesar no nosso pensamento.
Gostei de ler o renascer de uma nova etapa na amizade entre Lenú e Lila mas o desfecho de Tina e a falta de uma explicação deixam-me sem chão; Achei piada à forma como a relação de ambas se fortalece e tende até para um equilíbrio saudável, até ao momento em que desaparece Tina, e tudo desaba. Não gostei dessa parte, principalmente não gostei de ficar sem saber, de ficar por contar. Também ainda não reflecti muito sobre a história das bonecas mas a sensação que tenho é que a autora termina como que dizendo que desde o princípio Lila esteve sempre, mesmo sempre, a manipular a história. No fundo acho que vamos descobrindo que apesar disso Lila tem um fundo bom, pelo menos eu vejo a história assim.
O balanço destes 4 volumes é muito positivo, adorei esta "viagem" ao mundo Ferrante e vou ter saudades destas personagens que ficamos a conhecer de forma tão profunda. Agora vou fazer um intervalo e variar mais as leituras!