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Mas não é um cão qualquer!
É a Triny, a cadela mais fofa e bem comportada que conheci na vida; A cadela que me fez perder uma parte do meu medo de cães. Não sei se foi por ser uma meia-leca, se foi por ser pedinchona, ou se foi por ser uma mimada de primeira. Apaixonei-me por ela facilmente, e ela não resistiu aos meus encantos..
A Triny foi adoptada pela irmã do M. num canil; Foi para casa deles com poucos meses e viveu sempre lá os últimos 11 anos. Eu só a conheço à 7;
Vive numa casa com terreno onde pode entrar e sair à hora que quer; Nunca está sozinha pois para além dela, a mãe do M. é a residente permanente daquela casa!
A irmã do M. foi trabalhar para fora há alguns anos, e deixou-a com a mãe para terem sempre a companhia uma da outra. Desde então que na ausência dela a Triny me escolheu para a "substituir"; Quando íamos de fim de semana comecei a ser eu a levá-la a passear mais vezes, e também a facilitar-lhe os biscoitos.
Esta semana por questões de saúde a mãe deles ausentou-se, e para simplificar a logística o M. trouxe a Triny para Lisboa. E aqui começa a nossa aventura!
O primeiro dia foi dos mais stressantes da vida dela! Para começar não gosta muito de andar de carro, a melhor hipótese é mesmo é levar um carro comercial onde pode ver as vistas por cma da pala na parte de trás do carro; Caso contrário se ela for no chão do carro ou até mesmo no banco vamos ter largos minutos de choradeira.
Os nossos horários até não caem mal nesta situação; O M. passa a manhã em casa, e ela só fica sozinha depois do almoço, até às seis e pouco quando chego eu. A vantagem de ser uma cadela já "idosa" e bem comportada é que deixá-la sozinha em casa não é muito complicado. Não chora, não fica a ganir, não arranha nem estraga nada.
Na segunda feira entrei em casa às 19h. Tive de sair mais tarde, e ela estava sozinha há umas seis horas. Ia mentalmente preparada para encontrar uma cadela louca da vida e talvez uma casa estafada nas não; Bem a cadela estava louca da vida sim.... Enquanto puxei as tralhas que levava para dentro de casa escapuliu-se-me por entre as pernas e fugiu escada a baixo. Tive um longo momento de pânico... Ou ia atrás dela assim mesmo ou ia buscar a coleira e a trela primeiro... Enquanto decidia em milésimos de segundo lembrei-me que tinha acabado de entrar e fechado a porta. Estamos no primeiro andar e é um prédio pequeno, não estava ninguém na escada. Voltei a entrar, coloquei as tralhas para dentro, apanhei a trela e a coleira, descalcei os saltos, calcei os ténis e quando cheguei à porta ela tinha voltado, com o rabo entre as pernas, mas aflita.
Claro. Eram muitas horas.
Sai um xixi mesmo ali na entrada do corredor.
Sai uma esfregona e um balde rapidamente.
E saímos nós, para a rua. Ela desvairada...Imaginem que passam toda a vida numa casinha entre a praia e o campo... que passeiam na areia, nas ervas, nas dunas, etc.. e de repente estão entre passeios e estradas, sem nunca terem ouvido um ruído de um autocarro. Fomos até a um jardim não muito grande, daqueles com meia dúzia de canteiros, uma fonte que deixou de deitar água e um coreto no meio. Engraçou com um canteiro, sai mais um xixi.
Voltamos a casa; O M. tinha-a instalado junto à cozinha, o problema é que no ovo a cozinha e a sala "fundem-se", e não podia chegar à bancada que já é pequena com ela o cesto e as tigelas pelo caminho. Em "sua" casa a menina está habituada a ocupar não um, mas dois sofás; Ora está num, ora está noutro, na sua cesta é que não.
Toca de re-instalar a miúda;
O M. tinha deixado o sofá coberto com um lençol e uma manta de algodão; A Triny larga pelo, mas muito pelo, mais pelo do que podemos imaginar ao olhar para ela; Ao voltar percebi que ela não tinha gostado do lençol, afastou-o e esteve deitada directamente no sofá; é uma cadela com manhas. Voltei a entalar devidamente o lençol e arranjei o espaço dela.
Tapete na parte do corredor / entrada da sala; Tigela da água e da comida, suficientemente perto da cozinha para limpeza e refill, e uma manta fofinha para se deitar; check
Tapete no canto do quarto com a cesta de sua alteza, mais uma manta fofinha; check
Ela optou por se deitar no tapete da sala junto ao sofá enquanto eu tratava do jantar. check
Fez três tentativas de subir ao sofá. O meu olhar e uns quantos "Não" e deixou-se de ideias. Aqui só há um sofá, e tem de dar para todos, alteza.
Depois de comer e arrumar tudo sentei-me no sofá, reservei um canto para ela e fiz-lhe sinal para subir. Esticou-se ao meu lado a levar festinhas na barriga e dormiu que se fartou. Quando o M. chegou ainda deu mais um passeio curto antes de dormir.
Essa noite foi interessante.... voltas e voltas e voltas naquela cesta...e nós a ouvir o barulho da verga de castigo.
Esta noite já foi melhor, só nos acordou às 7 e pouco da manhã, e eu que estava a dormir mesmo bem. Desliguei o despertador, convencida de que já não ia dormir...mas dormi. Que nem uma parva até acordar com um pesadelo e atrasada!
Saltei da cama, ela sempre de roda de mim; Engoli o pequeno almoço, atamanquei o lanche da manhã. Tomei banho sem ter tempo de lavar o cabelo. Sai uma trança.... para disfarçar. Saí para a rua olhando a ver se tinha tudo em mim ou se me faltava alguma parte... Acho que claramente o cérebro ficou em casa.
A logística com ela é todo um mundo novo a que me vou ter de habituar esta semana e provavelmente a próxima também.
Conheçam a Triny...ainda vou falar dela...
Digam lá se não ter ar de lady...?!